Inclusão no ensino médio é possível e necessária: veja relatos de escolas

O Brasil registrou avanços significativos na inclusão de crianças e jovens com deficiência em classes comuns. Entre 1998 e 2020, o percentual deste grupo que estudava na mesma sala de aula que os demais aumentou de 13% para 88%, enquanto o total de matriculados ampliou de 337 mil para 1,3 milhão. Mas este movimento, alinhado com as melhores evidências sobre os benefícios da educação inclusiva, ainda está inconcluso, especialmente no ensino médio. É preciso, portanto, um esforço em todos os níveis da gestão educacional para ampliar não só a quantidade, mas também a qualidade desse processo.

No âmbito da gestão escolar, relatos reunidos neste banco mostram que há ações que beneficiam não apenas o público-alvo da educação especial, mas todos os alunos. Entre as práticas mais comuns estão a de envolver todos os estudantes – e por vezes a comunidade ao redor – em ações que visam eliminar barreiras que dificultam a aprendizagem e socialização nas escolas.

Trabalhando com a premissa de que educação é um direito de todos, é possível, por exemplo, aumentar o conhecimento dos estudantes sobre seus direitos a uma educação de qualidade. Ações que beneficiaram alunos com deficiência também terminaram por melhorar a convivência e o clima escolar. Muitas das ações têm em comum o protagonismo dos profissionais do Atendimento Educacional Especializado (AEE), serviço ofertado de forma complementar a escolarização básica para o público-alvo da educação especial. Mas, com o trabalho colaborativo com demais docentes e abertura da gestão escolar, acabam transbordando para todas as salas de aula e, às vezes, até para além dos muros da escola.

A maioria das ações selecionadas deste banco é de relatos de práticas reunidos no projeto Diversa, uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes que apoia redes de ensino no atendimento de estudantes com deficiência em escolas comuns.