Direito à aprendizagem de alunos surdos
Resumo da solução
Ao perceber que a comunidade escolar pouco ou nada sabia sobre educação inclusiva, a equipe gestora da escola Jeanete Souza, localizada no município de Parnaíba (PI), promoveu uma série de atividades sobre direitos, ensino e aprendizagem de alunos surdos. Foram realizadas palestras e pesquisas sobre a história da educação de surdos no Brasil, além de um levantamento orientado pelo professor de matemática para saber o que os estudantes pensavam sobre o tema. O resultado foi positivo: o próximo passo será adotar práticas inclusivas, a fim de tornar a escola mais preparada para receber todo tipo de aluno.
Em nossa escola não há estudantes com necessidades especiais, o que nos inspirou a questionar se estaríamos preparados para recebê-los de forma adequada. Essa ideia nos fez ver que a comunidade escolar pouco ou nada conhecia sobre Educação Inclusiva, um assunto que se mostrava oportuno também para a participação de nossos estudantes no IV Circuito de Ciências, cujo tema de 2018 era Ciência para redução das desigualdades.
A escola é um ambiente em que a igualdade de direitos deve prevalecer, acolhendo e respeitando as diversidades para que os jovens vivam um exercício pleno de cidadania. Abordar a inclusão colocaria nossa escola neste caminho, e escolhemos estudar o caso das pessoas surdas, a fim de realizar um trabalho aprofundado e interdisciplinar.
Na ocasião, nos questionamos: os estudantes do Ensino Médio sabem o que é Educação Inclusiva? Conhecem as políticas sociais e os direitos da comunidade surda? A escola está preparada para receber estudantes surdos?
Para responder a essas questões, definimos um projeto estruturado em duas etapas – local e regional –, a ser desenvolvido entre os dias 1º e 20 de setembro de 2018 pelos estudantes do 3º ano do turno da tarde. Na etapa local, professoras orientadoras de Ciências e Biologia ministraram palestras sobre educação e políticas públicas inclusivas, fornecendo subsídios para o trabalho investigativo que os estudantes fariam. Foram abordadas metodologias de atividades interdisciplinares e estabelecidas metas a serem atingidas.
A palestra seguinte foi sobre a audição, morfologia e fisiologia do ouvido, o que levou os estudantes a confeccionarem uma maquete da morfologia interna do ouvido. Em seguida, ele s aplicaram questionários para verificar a percepção dos colegas do 1º e 2ºano sobre Educação Inclusiva. Com auxílio do professor de Matemática, a turma fez a tabulação dos dados e elaborou gráficos.
Entre as informações obtidas com 66 estudantes, 60 afirmaram não saber o que era Educação Inclusiva. No entanto, 55 disseram concordar com a matrícula de estudantes com necessidades especiais no ensino regular. Essa contradição suscita dúvidas quanto à clareza das definições e dos conceitos referentes ao tema, reforçando a importância do projeto.
Outra atividade foi a produção de uma linha do tempo com base nas pesquisas dos estudantes sobre o histórico da educação de surdos no Brasil, abordado nas aulas de Sociologia e História. Por fim, todo o material produzido foi apresentado para a comunidade escolar no pátio da instituição. A etapa regional foi a apresentação no IV Circuito de Ciências. Os estudantes montaram um estande e fizeram uma exposição oral, conquistando o 1º lugar na modalidade Ensino Médio.
Os objetivos foram alcançados em vista da percepção da comunidade escolar de que a Educação Inclusiva é essencial para promover qualidade de vida aos estudantes com necessidades especiais, garantindo oportunidades para o seu desenvolvimento e respeito às diversidades.
O próximo passo será a realização de ações positivas de inclusão, tornando a escola melhor preparada para receber a todos, independentemente de suas necessidades.
Depoimento por: Maria Olga Sousa da Silva (diretora); Ângela Núbia Araújo Nascimento (coordenadora pedagógica); Tuany Kelly Correia de Assis e Vera Lúcia Rocha da Silva (professoras)
Instituição: U. E. Jeanete Souza)
TEMAS TRABALHADOS:
Educação Inclusiva
Para saber mais sobre o tema:
Este depoimento foi publicado no Caderno de Boas Práticas em Gestão Escolar do Piauí, de 2018.
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