Ilustração
Desafio: Inclusão no ensino médio é possível e necessária: veja relatos de escolas

Ensino Híbrido com foco na Educação Especial

Resumo da solução

Uma escola rural de Linhares (ES) tinha o desafio de promover a interação entre uma aluna surda e seus colegas. Foram adotadas ações para aperfeiçoar o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), começando com a criação de um site e de grupos no WhatsApp e no Facebook. O passo seguinte foi ministrar aulas de Libras para os alunos ouvintes, tendo a colega surda como instrutora − uma sala de aula virtual pode ser acessada por celular. O projeto aumentou o interesse dos estudantes em aprender Libras, ao mesmo tempo em que a aluna surda passou a ter melhor desempenho escolar e a se sentir mais valorizada.

Depoimento completo:
 

A necessidade de quebrar barreiras de comunicação dentro do espaço escolar e de promover a interação de uma aluna surda com seus pares na sala de aula motivaram a criação do projeto, que tem como foco a Educação Inclusiva. 

A ação contempla atividades aplicadas com uso de tecnologias digitais para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem voltado para a aquisição da Língua Brasileira de Sinais (Libras) dentro do espaço escolar.

Como tornar a escola acessível a todos os educandos, com uma educação igualitária, em que surdos e ouvintes possam conviver sem quaisquer barreiras de integração e socialização?

O projeto foi desenvolvido por uma professora bilíngue em conjunto com um instrutor surdo, uma aluna surda e um professor regente da sala de aula. A educanda surda era acompanhada por uma professora de Libras, o que despertou nos estudantes ouvintes o interesse em aprender a língua.

A primeira etapa foi a criação do site Educação de surdos: um novo olhar educacional, que dá acesso a materiais adaptados para Libras e conteúdos curriculares de ensino em Língua Portuguesa e em Libras, para que o processo de ensino-aprendizagem possa ser realizado de forma simultânea.

Em seguida, foram criados grupos de Facebook e WhatsApp para dar continuidade às atividades fora da escola e favorecer a interação da aluna surda, mesclando momentos de entretenimento à proposta pedagógica.

Na terceira etapa, foram ministradas aulas de Libras para os estudantes ouvintes no modelo do Ensino Híbrido e da sala de aula invertida. A aluna surda recebia antecipadamente todo o material da aula, pesquisava no site de estudos com o apoio do professor bilíngue e, depois, se tornava professora de Libras. Ou seja, a própria aluna ensinava aos seus colegas ouvintes a sua língua. Isso trouxe a ela melhor desempenho, autoestima e valorização, além da difusão de sua forma de se comunicar, despertando nos estudantes ouvintes o interesse em aprender os sinais.

Foi criada uma sala de aula virtual no Google para o ensino de Libras. Os  estudantes faziam uso do aplicativo para acessar os conteúdos, com utilização dos recursos tecnológicos da escola e seus próprios celulares.

No que se refere à aprendizagem da aluna surda, é nítido o interesse e a facilidade em absorver os conteúdos por meio da utilização dos recursos tecnológicos. Além dela, todos os educandos demonstraram interesse no novo método.

Por ser uma escola da zona rural, o sinal de Internet oscila muito, o que dificulta um pouco o desenvolvimento do projeto. Mas o objetivo é dar continuidade a ele, estendendo o ensino de Libras para todas as turmas e ampliando o uso do Ensino Híbrido, com adoção das novas tecnologias digitais para outras disciplinas.


Depoimento por: Diretora: Valéria Baptista; Pedagoga: Ascionaria Aparecida Neves; Taitiane de Souza
Instituição: EEEFM CANDIDO PORTINARI)

TEMAS TRABALHADOS:

Educação Inclusiva

Para saber mais sobre o tema:

Este depoimento faz parte do Cadernos de Boas Práticas em Gestão Escolar do Espírito Santo, de 2018

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