Professores apadrinhando alunos

Resumo da solução

Alunos do último ano do ensino médio costumam estar expostos a todo tipo de pressão: concluir a última etapa da educação básica, buscar estágio, fazer o Enem. Ciente disso, a escola Darcy Ribeiro, em Fortaleza (CE), decidiu redobrar o apoio aos estudantes. Para isso, lançou um projeto de apadrinhamento em que cada professor fica responsável por cinco a dez jovens. Cada padrinho mantêm diálogo diário com seus afilhados, motivando-os, orientando-os e tirando dúvidas sobre o vestibular. A abordagem leva em conta a história de vida de cada estudante e resultou na melhoria do rendimento escolar.

Depoimento completo:

Nossa prática foi concebida a partir da necessidade de proporcionarmos um acompanhamento mais pontual e qualificado dos estudantes de 3^os anos, tendo em vista que eles estão ingressando em uma etapa de demandas importantes, como avaliações externas, relacionadas à passagem para o curso superior, e internas, além da procura por estágios. Com esse objetivo, desenvolvemos um projeto de apadrinhamento para potencializar a qualidade do ensino-aprendizagem dos estudantes.

Antes dessa ação, os professores diretores de turma (PDTs) faziam o acompanhamento, mas trabalhavam com cerca de 45 estudantes. Com a mudança, cada professor passou a apadrinhar entre 5 e 10 estudantes, o que permitiu um atendimento mais eficaz. O núcleo gestor atuou na concepção e supervisão do projeto e os coordenadores escolares, juntamente com os PDTs e os coordenadores de cursos técnicos, contribuíram com o planejamento e suporte às atividades propostas.
Os padrinhos mantêm um diálogo diário com seus afilhados, motivando, orientando, tirando dúvidas sobre vestibular, cursos etc., e fazendo uma abordagem que leva em conta as histórias de vida dos jovens. Dessa forma, os padrinhos puderam conhecer mais de perto a realidade de cada estudante, passando a ter mais sensibilidade em relação às suas dificuldades emocionais e cognitivas. Antes de atividades importantes, esse diálogo é intensificado.
Definimos no primeiro bimestre como o trabalho seria executado. Além do diálogo diário, foi estabelecida uma periodicidade de comunicação semanal nas aulas utilizando mensagens de texto por celular, horários de intervalo e redes sociais, como o Facebook. O foco é o suporte presencial, mas foram confeccionados cartões com mensagens motivadoras e posts sobre avaliações internas e externas sobre cursos universitários e outras informações importantes.
As atividades são norteadas pelos objetivos de motivar os estudantes, orientar e auxiliar na escolha do curso superior, dar suporte à melhoria de rendimento escolar e desenvolver a disciplina em relação aos estudos. Além disso, os estudantes são preparados para as avaliações externas como o Enem, Spaece, Saeb e Universidade Estadual do Ceará (Uece), entre outros, buscando avanços de desempenho e garantia de participação. Na sequência, a prática envolve acompanhamento após a realização do Enem, Sisu, Prouni, Fies e das metas do Jovem de Futuro.
Os resultados da iniciativa incluem melhores rendimentos internos, melhoria na disciplina, participação de 99,4% no Spaece, de 100% no Saeb e maior preocupação com o Enem e concursos vestibulares. Estamos na expectativa de obter resultados animadores nas avaliações Enem e Uece.
Toda escola teria condição de implementar esta ação, por não ter um custo financeiro exacerbado e ser de fácil acesso. Uma sugestão seria professores trabalharem com afilhados por afinidade e estudantes com maiores dificuldades serem encaminhados a professores com habilidades mais focadas nesse público. Para iniciar o projeto, recomendamos uma reunião coletiva com os professores, o grêmio escolar e/ou os líderes de sala, para socialização e coleta de sugestões, com formação de um grupo de trabalho para dar encaminhamento à ação, sob supervisão e acompanhamento do núcleo gestor.

Depoimento por: Elian Dias Gomes (gestora) e Rosangela Maria Adriano Carneiro (coordenadora escolar)
Instituição: Escola Darcy Ribeiro)