O que pode ser feito nas escolas para diminuir a evasão?

É importante antes de buscar soluções para a evasão escolar refletir sobre suas causas, que tendem a ser múltiplas. As estatísticas educacionais mostram que há grupos em maior risco, e períodos em que o problema é mais crítico. No ensino médio, por exemplo, as maiores taxas de evasão são verificadas no 1º ano, quando, em muitas redes, além da transição do fundamental para o médio, há também a transição de um estabelecimento municipal para um estadual. Ações que deem especial atenção a esta transição, portanto, podem ser necessárias em escolas onde esse diagnóstico seja verificado. 

O desinteresse do jovem em estudar é também apontado em alguns estudos. Ele pode se traduzir em baixo aprendizado, infrequência às aulas, e falta de senso de pertencimento. Ouvir os estudantes, melhorar o clima escolar, aproximar a família da escola e envolver os próprios jovens nas ações para evitar que seus colegas desistam são ações bastante citadas por gestores como efetivas.

Há também variáveis externas como a necessidade de trabalhar – que afeta principalmente os meninos – e a gravidez precoce não planejada – no caso das meninas. Mesmo sabendo que esses são fatores que extrapolam os muros da escola, há ações que podem ser feitas por gestores para mitigar o problema. As estatísticas educacionais revelam também que o problema é maior entre jovens negros do sexo masculino, o que requer que a escola tenha atenção para ações que incorporem a dimensão da diversidade enquanto um valor.

Como afirma o pesquisador Reynaldo Fernandes, em estudo feito para o Instituto Unibanco sobre o tema, a evasão “não é um ato repentino, mas fruto de um processo lento de desengajamento do estudante da escola”.