Liderança para equidade e justiça social - Coleção Políticas Públicas em Educação - Nº5

A partir do reconhecendo de que as fontes de injustiça são multifatoriais e complexas e que a solução desse problema ultrapassa a ação individual que uma escola ou seus gestores possam realizar, este relatório procura mostrar que a liderança escolar também é importante e pode fazer diferença para a melhoria educacional, incluindo a promoção de escolas mais justas.

A discussão sobre o papel da educação na perpetuação ou na redução de práticas socialmente injustas tem aumentado desde o início deste século, tanto nas políticas educacionais quanto nas pesquisas realizadas em diferentes partes do mundo. No Brasil, esse debate está fortemente articulado às abissais desigualdades de renda e suas consequências nas possibilidades de acesso, permanência e sucesso escolar de diferentes estratos da população, mas também ao peso do passado escravocrata e do racismo sobre as trajetórias educacionais da população negra. Afinal, é importante lembrar que a luta histórica pela justiça social tem raízes na história da escravidão e nas suas repercussões até hoje, como o racismo estrutural.

Este documento está estruturado em cinco seções. Após introdução, há uma seção sobre alguns elementos fundamentais para entender o que é a liderança para a justiça social e quais distinções devem ser levadas em conta para avançar em seu desenvolvimento. A terceira seção resume as principais práticas e disposições que caracterizam a liderança para a justiça social. A quarta seção identifica os principais desafios enfrentados pelos líderes escolares que trabalham orientados pela missão de construir uma sociedade mais justa. Por fim, a quinta seção apresenta recomendações de políticas para que as escolas das secretarias estaduais de Educação do Brasil possam avançar na instalação de lideranças escolares socialmente mais justas.