Rodas de conversa para alunos do 3º ano

Resumo da solução

Os alunos do 3º ano do ensino médio da escola Adahil Cavalcante (Maracanaú-CE) demonstravam estar completamente desmotivados e relatavam dificuldades para lidar com as próprias emoções e com o desafio do Enem. Foi aí que a equipe gestora decidiu implementar um projeto focado no autoconhecimento e no controle emocional. As atividades eram realizadas uma vez por semana e incluíam uma roda de conversa, com olhar atento para a resolução de conflitos. O resultado foi positivo e houve melhora no clima escolar.

Depoimento completo:

Nossa ação foi construída com o intuito de reverter um quadro de desmotivação generalizada entre os estudantes do 3º ano. Depoimentos dos jovens à gestão deixaram nítido que eles sentiam dificuldades de lidar com as próprias emoções diante dos desafios cotidianos e das avaliações externas, em especial o Enem. Essa situação instigou o núcleo gestor a buscar práticas inovadoras que trabalhassem com o autoconhecimento e o controle emocional dos estudantes.

Em uma troca de ideias com o corpo docente, a professora de Educação Física se prontificou a desenvolver um projeto que abrangesse vivências de jogos relacionados às emoções. Utilizamos uma metodologia ludiforme, como os desafios motrizes cooperativos, e planejamos as etapas que a prática contemplaria. O trabalho com os estudantes seria realizado uma vez por semana, com duração de 50 minutos, acompanhado de uma investigação sobre o comportamento dos participantes e a manifestação dos estudantes em relação às suas emoções.
A primeira fase foi a da pesquisa de referências teóricas para o embasamento de nossas atividades, o que nos permitiu elaborar os instrumentais da ação: aplicabilidade de dois questionários, um antes do início da prática e outro ao final; o “termômetro” das emoções – quando cada estudante escolhe a emoção que mais lhe representava no início das atividades (raiva, feliz, triste ou neutro); e a resolução de uma situação de conflito, previamente definida pela professora, provocando a reflexão sobre como os estudantes agiriam para resolver o problema.
O segundo estágio foi o das vivências. Cada sessão começava com o “termômetro” das emoções, seguido do trabalho sobre a situação de conflito do dia. Posteriormente, desenvolvemos a experiência dos jogos em três sessões. A primeira foi voltada para a sensibilização, a segunda foi a dos jogos cooperativos e a terceira, dos jogos sobre emoções. A atividade era concluída com a roda de conversa sobre a situação de conflito citada no início da aula. A última fase consistiu na análise de cada etapa do processo.
Muitos resultados foram coletados durante as ações, por meio dos próprios instrumentais utilizados. Para citar um exemplo, destacamos os questionários, mencionando dois tópicos.
Nos relatórios iniciais, com 86 participantes, 73% apresentaram medo com relação ao resultado no Enem e 98% concordaram que, para ser uma pessoa bem-sucedida, o controle das emoções é essencial. Já nos relatórios finais, com 97 respondentes, 74% se consideraram capazes de controlar suas emoções diante do Enem; 99% concordaram que o controle das emoções é essencial para que uma pessoa seja bem-sucedida.
Constatamos a importância de um olhar atento e diferenciado sobre o controle emocional na rotina diária da escola. Os estudantes, por sua vez, perceberam a necessidade de participar das atividades com serenidade, o que vem provocando melhoria no clima escolar, antes muito marcado por conflitos diários, casos de depressão e crises de ansiedade.
Esse é um projeto que pode inspirar outras escolas, desde que seja verificado antes se os estudantes manifestam desejo de participar, uma vez que vão lidar com suas emoções.

Depoimento por: Sheila Pinto Lopes Linhares (gestora), Raimundo Sampaio Sales (coordenador), Luana Caetano de Medeiros Lima (professora)
Instituição: E. E. M.T. I. ADAHIL BARRETO CAVALCANTE)