Encontros de integração entre docentes

Resumo da solução

A equipe gestora do CETI Helvídio Nunes, em Teresina (PI), tinha o desafio de melhorar a aprendizagem e os resultados nas avaliações. A falta de reuniões periódicas com os professores, contudo, dificultava a implementação do planejamento pedagógico. Foi aí que surgiu a ideia de promover encontros semanais de acompanhamento e integração das atividades docentes. Houve resistências, mas os professores logo perceberam que o objetivo era apoiar o seu trabalho. A iniciativa resultou em um olhar inovador em relação ao processo educativo, com melhorias significativas no desempenho dos alunos.

Depoimento completo:

Tínhamos a necessidade de promover uma melhoria de aprendizado em nossa escola em 2018, elevando os índices nas avaliações internas e externas. Percebemos que a melhor maneira de garantir um fazer pedagógico eficaz e eficiente seria organizar encontros periódicos que dessem sustentação aos planejamentos elaborados no início do ano letivo, promovendo assim construções coletivas das atividades. Mas como a organização pedagógica poderia gerenciar todos esses saberes, orquestrando-os em forma de planejamento?
Surgiu a ideia, então, de realizar os Encontros de área com os articuladores de
saberes, objetivando não somente acompanhar as atividades docentes,
mas principalmente integrar todos os professores pertencentes à área de conhecimento – Linguagens, Humanas, Natureza e Matemática para “promoção de aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e interesses dos estudantes”, como defendido na introdução da Base Nacional Comum Curricular.
Apresentamos uma proposta estruturada em duas etapas. A primeira previa
a verificação de registro dos diários de classe e a socialização das práticas e dificuldades em sala de aula. Na ocasião, também foram abordados os objetivos da ação, a frequência e as atividades que seriam trabalhadas. Houve resistência de alguns professores, para os quais a iniciativa parecia um meio de “vigiar” seu trabalho. Na segunda fase, a principal, trabalharíamos na articulação dos conteúdos.
Estabelecemos que os encontros seriam semanais, com duração de cerca de
uma hora. Os professores, reunidos por área de conhecimento, trocaram ideias com a gestora e o coordenador pedagógico, munidos de seus diários de classe e planejamentos. A partir do momento em que as experiências e reflexões passaram a ser socializadas, os docentes perceberam que o objetivo era apoiá-los em suas práticas. Eles relataram como era a dinâmica em aula e qual metodologia utilizavam, elaborando posteriormente uma linha de trabalho que provocasse as intervenções necessárias ao aprendizado dos estudantes.
Passamos então a trabalhar na compatibilização dos planejamentos, que
normalmente são feitos isoladamente pelos professores. Estávamos, por fim, promovendo a articulação dos saberes, em que o conteúdo programático passa a ser visto como possibilidade inovadora de ensino, pois é tratado de maneira interdisciplinar.
Essa talvez tenha sido a parte mais difícil do processo, a de provocar o professor para que ele saísse de sua zona de conforto, da sua relação individual com a disciplina, compartilhando seu trabalho com os outros. O trabalho resultou em um olhar inovador em relação ao processo educativo, com melhorias significativas no desempenho dos estudantes. Na comparação entre o primeiro semestre de 2018 e o ano de 2017, o rendimento deu um salto de 40% para 80%. Os estudantes sentem-se seguros e os professores, mais apoiados.
Manter os Encontros de Área é caminhar rumo a itinerários formativos que garantam aprendizagens essenciais, implicando um “trabalho conjugado e cooperativo dos seus professores no planejamento e na execução dos planos de ensino” (Parecer CNE/CP nº 11/2009).

Depoimento por: Samara Regina Santiago dos Santos (gestora), Leonardo Freire Bastos (coordenadora pedagógica) e todos os professores da escola
Instituição: CETI HELVÍDIO NUNES )