Grupos heterogêneos de estudos

Resumo da solução

Na E. E. E. F. M. Águia Branca (Águia Branca-ES ), os estudantes se queixavam de que as atividades em grupo eram feitas sempre com os mesmos grupos. Os professores, por sua vez, relatavam que havia um grupo de estudantes que se envolviam pouco nessas tarefas, não entregavam os trabalhos e ficavam desmotivados nas aulas, o que gerava um clima escolar ruim e pouca interação entre grupos distintos. Tudo isso aumentava a desigualdade. A solução proposta pela equipe gestora foi organizar grupos de estudo heterogêneos, baseados no nível de aprendizagem de cada integrante. Dessa forma, cada grupo deveria apresentar estudantes de todos os níveis de aprendizagem. A prática teve excelente aceitação por parte dos estudantes, tanto que eles solicitaram que a metodologia fosse replicada em todas as disciplinas. Também favoreceu o entrosamento entre eles, que até então não interagiam e o envolvimento de todos nas tarefas elevou sua autoestima, promoveu a troca de conhecimentos e resultou numa melhoria dos resultados de aprendizagem.

Depoimento completo:

Uma aluna relatou que se sentia mal na sala de aula, pois quando o professor apresentava uma proposta de atividade em grupo, eram sempre os mesmos estudantes que se juntavam para realizar as atividades. Juntos, eles e a equipe gestora perceberam que algo deveria ser feito. Entre os professores também havia a queixa frequente a respeito de um grupo de estudantes que não se envolvia nas tarefas e não se comprometia com a entrega de suas atividades, o que gerava um grande número de estudantes em recuperação ou reprovação.

As atividades propostas pelos professores eram realizadas a partir de grupos divididos por afinidade, o que ocasionava a exclusão de um grupo de estudantes, desfavorecendo a equidade. Muitos dos excluídos não entregavam as atividades e ficavam desmotivados nas aulas, o que gerava um clima escolar ruim e pouca interação entre os estudantes de grupos distintos.

O que fazer para incentivar a participação dos estudantes com dificuldade de aprendizagem, melhorar as relações interpessoais e o envolvimento de todos nas tarefas propostas, promover equidade e melhorar os resultados de aprendizagem por meio da cooperação entre os pares?

Após a apresentação e análise dos resultados do Paebes TRI 1ª Etapa, a equipe gestora e os professores da área de Linguagens e Códigos organizaram grupos de estudo heterogêneos, baseados no nível de aprendizagem de cada integrante. Dessa forma, cada grupo deveria apresentar estudantes de todos os níveis de aprendizagem: proficiente, básico e abaixo do básico.

A prática teve excelente aceitação por parte dos estudantes, tanto que eles solicitaram que a metodologia fosse replicada nas demais áreas de conhecimento. Diante disso, os professores de Matemática se apropriaram dos resultados dos Paebes TRI 1ª Etapa e organizaram grupos seguindo os mesmos critérios.
Os grupos têm composições diferentes, uma vez que os estudantes apresentam habilidades distintas em Língua Portuguesa e Matemática.

Após uma análise dos resultados, os grupos foram aproveitados pelas demais disciplinas. As disciplinas de Humanas utilizaram-se dos grupos formados pela área de Linguagens; as de Ciências da Natureza se apropriaram dos grupos formados pelos resultados em Matemática.

A prática favoreceu o entrosamento entre os estudantes que até então não interagiam e o envolvimento de todos nas tarefas elevou a autoestima deles, promoveu a troca de conhecimentos e diminuiu o uso de celular em momentos inadequados.

De forma geral, houve melhora significativa nos resultados de aprendizagem. Foi possível perceber a diminuição no número de estudantes em recuperação no 2º trimestre em relação ao 1º e houve aumento na média dos resultados do Paebes TRI 1ª Etapa.

Em 2017, a meta no Idebes era de 4,47 e o resultado da escola foi 4,03. A expectativa é que essa prática, associada a outras previstas no plano de ação, possa levar a escola a atingir a meta de 4,62 em 2018. O objetivo é formar jovens de futuro, verdadeiros protagonistas de sua história.

Depoimento por: Vinicius Corteletti Rocha (gestor), Alcy Francisco Braz de Araújo (Coordenador pedagógico), Angela Cuerci Fedeszen Calenzani, Edinéa Bergamaschi Pilon, Josinete do Nascimento Helmer Gobbi (professoras)
Instituição: Escola Águia Branca)