Da qualificação à competência: dos fundamentos aos usos - o PLANFOR como dissimulador de novos "conceitos" em educação

Novos termos e conceitos chegaram na educação na década de 1990. Conceitos como "competências" e "habilidades" não eram frequentemente utilizadas na educação. Nesse texto é defendida a tese de que estes termos vieram do mundo do trabalho e da qualificação profissional, destacadas pela lógica do controle de qualidade. Nesse sentido, a relação entre empresas e sindicatos é analisada, evidenciando que os sindicatos reproduziram o discurso da qualificação e do "dever-ser" pulsionados pelo mercado, já que verbas estatais foram direcionadas por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Essa relação para a educação se evidenciaria tanto nos conceitos e termos "competências" e "habilidades", como também, nas provas padronizadas e, destacadamente, pelo Plano Nacional de Educação Profissional (PLANFOR). Ou seja, a aceitação desta nova lógicas e termos/conceitos por parte de diversos setores sociais teriam facilitado sua entrada no campo educacional.