O mês de maio ficou marcado por grandes polêmicas envolvendo o Ministério da Educação, como noticiou o Estadão.

 

Congelamento de orçamento

Abrahan Weintraub, Ministro da Educação, começou o mês anunciando corte de verbas para educação básica no país, indo contra o discurso que o governo assumiu, de que a base do ensino público seria prioridade. Diversos veículos e especialistas em educação comentaram os cortes na imprensa. A revista Exame destacou as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre a importância de investimentos na educação de base,  a Carta Capital comparou bloqueios feitos em todas as etapas da educação,  e o jornal O Globo, mostrou de onde vem os cortes e alguns impactos na educação básica.

 

Crise na Educação

O Ministro da Educação foi convocado a comparecer na câmara dos deputados para dar explicações sobre os bloqueios de verba da pasta que comanda, noticiada por diversos veículos, entre eles o jornal O Globo.

As manifestações do dia 15 de maio é um grande indício da crise na educação que o país enfrenta, disseram especialistas ao Valor. O apresentador do Podcast da Revista Piauí disse: “Weintraub é responsável pela maior crise de popularidade do governo”.

 

Manifestações

O primeiro grande protesto enfrentado pelo governo Bolsonaro ocorreu no dia 15 de maio e foi fomentado pelo anúncio de congelamento de verbas das universidades federais. Segundo o El País, milhares de pessoas foram às ruas em todas as capitais do país. O G1 publicou uma matéria com mais detalhes dessa decisão.

Após as manifestações, o governo anunciou um recuo e devolveu 1,5 bilhões para a Educação. O Valor explicou como isso funcionou, de onde veio esse dinheiro e quais outras áreas serão afetadas com as mudanças.

No dia 30 de maio, as pessoas foram novamente convocadas às ruas, com o objetivo de reunir um número ainda maior do que a manifestação anterior. Segundo a Veja, ao menos 100 cidades do país participaram do protesto.

 

FUNDEB

O Fundeb tem o seu vencimento para 2020 e o Ministério da Educação está trabalhando em uma proposta de reformulação. Segundo o Valor, a principal mudança é a ideia da criação de um fundo permanente para educação, que substituiria o Fundeb, porém, não está previsto um aumento de recursos ao setor educacional.

O G1 abordou a defesa do Ministro para a ampliação de verba para o fundo, e a proposição de cobrança de mensalidades para a pós-graduação.

 

INEP

O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) teve o seu segundo presidente demitido nesse ano, Elmer Vicenzi que comandava a pasta a menos de um mês. Segundo o UOL, ele travou uma batalha com a área jurídica do órgão, por defender que os dados apurados pelo INEP deveriam ser divulgados, enquanto o outro lado defende o sigilo dos dados. O Globo também noticiou a demissão contando um pouco sobre o período de Elmer no Instituto.

A Agência Brasil divulgou o substituto, que foi anunciado na manhã do dia seguinte. O Portal UOL também noticiou a entrada de Alexandre Ribeiro Pereira com foco na declaração de que estudantes não serão prejudicados com as mudanças que ocorreram, e disse que o cronograma do ENEM está mantido.

 

Além dos destaques acima, outros temas relevantes foram pauta da imprensa nacional, confira:

 

Plano Nacional de Educação

O Estadão noticiou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) apontou em um relatório que das 20 metas do Plano Nacional de Educação, ao menos 16 ainda estão estagnadas.

Especialistas disseram ao Valor que se não houver mudanças no cenário do país, a maioria do objetivos não passarão nem perto do esperado, tendo em vista que apenas 4 metas foram atingidas e o prazo final é no ano de 2024.

  

Currículo, Aprendizagem e Liderança escolar

O Instituto Unibanco convidou Sean Harford e  Jose Weinstein para participarem de um seminário sobre gestão escolar. Em entrevista para a Folha Sean Harfordlou sobre a situação do país: "O debate que ocorre no Brasil sobre tornar a educação mais prática, pautada em menos disciplinas e nas demandas futuras do mercado de trabalho é perigoso. Medidas nessa direção podem piorar a aprendizagem”.

Jose Weinstein, sociólogo , pesquisador, consultor e político chileno, em uma entrevista exclusiva para a Exame, disse que não há melhora nas escolas se não houver um diretor empenhado e com uma boa liderança, pois só ele é capaz de trabalhar com a equipe docente e melhorar a qualidade de ensino.