Mensalmente, você encontrará aqui uma curadoria de notícias e artigos relevantes que saíram nos principais veículos de comunicação do país, tendo assim um panorama do que foi destaque na mídia. O objetivo é chamar a atenção para temas e pautas relevantes para os debates nas áreas de educação, ensino médio e gestão escolar.

O ano começou com um grande número de matérias sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), principalmente na segunda quinzena de janeiro. Mas essa não foi a única pauta das editorias de Educação. Artigos e matérias sobre o desempenho dos estudantes e as condições da educação brasileira, por exemplo, também ocuparam um espaço relevante na mídia.

No dia 03 de janeiro, a Folha de S. Paulo publicou um artigo de opinião escrito pela repórter Érica Fraga, intitulado “Atraso Bissecular”. O texto destaca que “embora as habilidades de brasileiros de 15 anos tenham melhorado, no ritmo atual de avanço, eles só atingirão a nota média dos países ricos em matemática em 75 anos. Em leitura vai demorar mais de 260 anos”. A fala de Érica é sustentada pelo relatório World Development Report, que usa dados do PISA. A repórter defende ações contínuas das autoridades das três esferas de governo sem interrupções em períodos de eleição para que realmente aconteçam melhorias. Para ela, a solução é trabalhosa e requer muito esforço.

Já no dia 05 de janeiro, o Valor Econômico publicou a reportagem “Pátria em busca da educação”, escrita pela jornalista Maria Clara R.M. do Prado. O texto apresentou dados sobre a educação brasileira e permitiu comparações com o cenário internacional. Maria Clara ainda disse que no Brasil a educação não é prioridade política e está distante de ser.

A segunda semana do ano foi a abertura para matérias sobre o ENEM. O destaque foi para a reportagem especial do Estadão, que, por meio de um trabalho de jornalismo de dados, apontou desigualdades de gênero nas notas de 2016 do exame. De acordo com a reportagem, 72% das melhores notas do Enem foram de homens, devido ao desempenho deles nas áreas de matemática e ciências da natureza. Todavia, meninas negras são maioria nas inscrições. Publicada no dia 14 de janeiro e nomeada “Homens tem 72% das mil melhores notas do Enem”, a reportagem chamou a atenção para influência das disparidades de gênero e raça na preparação das garotas. Ricardo Henriques, superintendente executivo do Instituto Unibanco, foi um dos entrevistados. Segundo Henriques, a escola “acolhe o padrão de desigualdade e ainda tem o efeito perverso de entregar, no fim da educação básica, com mais desigualdade ainda”.

No final do mês, a notícia sobre a queda do desempenho de alunos do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo ganhou atenção dos principais veículos do estado. O Estadão publicou “

Além das matérias destacadas acima, outros temas relevantes foram abordados, como uma outra perspectiva da volta às aulas, a resolução do MEC que autoriza o uso de nome social de transexuais e travestis na educação básica e a reforma do Ensino Médio. Confira.

Volta às aulas

A volta às aulas não é para todo o mundo. Mais de 2,8 milhões de meninos e meninas de 4 a 17 anos do Brasil estão fora da escola. Desses, 53% vivem em domicílios com renda per capita de até ½ salário mínimo.

Quem está fora da escola não pode esperar”, coluna de Ítalo Dutra, no Estadão

Diversidade e respeito na educação

No dia 17 de janeiro, o Ministério da Educação (MEC) homologou a resolução que autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica. O objetivo é propagar o respeito e minimizar estatísticas de violência e abandono da escola em função de bullying, assédio, constrangimento e preconceitos.

MEC autoriza uso de nome social na educação básica para travestis e transexuais

Reforma do ensino médio

O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio começa a análise uma nova rodada de contribuições à Base Nacional Curricular Comum do Ensino Médio. Segundo o coordenador-geral de Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC), Wisley João Pereira, o governo trabalha com a expectativa de enviar a base ao Conselho Nacional de Educação (CNE) até o fim do ano.

“MEC vai analisar contribuições ao novo currículo do ensino médio”, matéria publicada no Correio Braziliense