Mensalmente, você encontrará aqui uma curadoria de notícias e artigos relevantes que saíram nos principais veículos de comunicação do país, tendo assim um panorama do que foi destaque na mídia. O objetivo é chamar a atenção para temas e pautas relevantes para os debates nas áreas de educação, ensino médio e gestão escolar.

Em abril, foi anunciado o calendário das audiências públicas para discussão sobre a Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio (BNCC), que acontecerão nas cinco regiões do Brasil. O portal G1 divulgou a agenda e informou que o primeiro encontro será no dia 11 de maio, em Florianópolis. A BNCC também foi tema do artigo “Juventudes, no plural”, assinado por Lázaro Campos Junior, do Todos Pela Educação, no Estadão. A instituição defende a proposta do governo por acreditar que a Base considera a diversidade dos jovens e valoriza o protagonismo. Outra publicação do Estadão sobre a BNCC deu espaço a críticas de especialistas em educação, que argumentaram que “o sucesso da flexibilização dos 40% da carga horária, por exemplo, dependerá de como os Estados passarão a atuar com competências mais alargadas”.

A matéria “Raio-x da base do Ensino Médio”, da revista Nova Escola, também fez ressalvas a respeito da falta de orientações sobre o planejamento da aplicação das bases, pois poderá “acarretar dificuldades para transpor a interdisciplinaridade para a sala de aula”. Maria Amabile Mansutti, coordenadora técnica do CENPEC, explicou: “A prática docente e a sua formação não vão nessa direção da interdisciplinaridade. A formação inicial e continuada é disciplinar, bem como a distribuição das aulas e recursos oferecidos pela sala de aula. Corremos um risco muito grande de ficarmos ainda mais reféns do livro didático”.

Outros aspectos do currículo do Ensino Médio foram abordados pelos veículos de comunicação. Um estudo inédito do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que aponta que a inclusão de filosofia e sociologia como disciplinas obrigatórias no Ensino Médio em 2009 prejudicou as notas em matemática, foi tema da reportagem da jornalista Érica Fraga, na Folha de São Paulo e gerou debate. Algumas repercussões foram publicadas na própria Folha. Na seção Tendências e Debates o filósofo Paulo Ghiraldelli Jr. disse: “Trata-se aí, nessa pesquisa em questão, de se colocar na mesa elementos ilegítimos de apoio a reforma do ensino do governo Dilma-Temer, cujo único objetivo é enxugar a grade curricular da escola média. O objetivo é torná-la igual para todos. Igual na mediocridade. Democratizar a escola virou sinônimo de socializar a incultura”.

Em uma entrevista no mesmo jornal, o professor e economista Ernesto Martins Faria também criticou a pesquisa. “Avaliar os resultados de políticas públicas é fundamental, mas os pesquisadores que se dedicam a isso devem estar atentos a questões sociais complexas que podem não caber em seus modelos estatísticos”. Na Carta Capital online, a professora Ana Paula Corti, do Instituto Federal de São Paulo, questionou o interesse em retirar Sociologia e Filosofia do currículo do Ensino Médio.

Temas relacionados à equidade continuaram ocupando um espaço relevante nas editorias de Educação. Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo, por exemplo, destacou a discriminação racial que envolve a sociedade brasileira. Em “Avanço social de negras trava no topo de política e empresas”, a jornalista Ângela Pinho ressaltou que as mulheres negras tiveram avanço em indicadores sociais, mas a equidade racial está longe de ser alcançada nas universidades, no mercado de trabalho e na política. Um dos dados aponta que a renda média de uma mulher negra é 42% da de um homem branco. Já em relação aos avanços, foram maiores entre crianças: em 1992, apenas 77% das meninas negras em idade para estudar no Ensino Fundamental estavam matriculadas nesse nível. Atualmente, o número passou para 97%.

Além dos destaques acima, outros temas relevantes foram abordados: uso de celulares por estudantes, participação de alunos na educação, racismo e meninas fora da escola.

Influência de celulares no desempenho escolar

O professor finlandês Pasi Sahlberg afirmou que o uso de smartphones, redes sociais e de outras tecnologias está retirando o tempo de leitura dos jovens e de lição de casa, além de afetar habilidades como concentração e persistência para aprender dos estudantes da Finlândia.

Uso intenso de celular por jovens prejudica o ensino, diz educador finlandês, matéria publicada na Folha de S. Paulo

Participação de jovens na educação

Todos Pela Educação, Instituto Inspirare e Instituto Unibanco divulgaram iniciativa para promover o engajamento dos estudantes na melhoria da escola e estimular a participação deles em políticas públicas.

Documento apresenta propostas para fortalecer participação do jovem na educação, matéria publicada no Porvir

Desigualdades

"Ainda hoje, mundialmente, nascer menina significa estar mais propensa a nunca colocar os pés em uma sala de aula: há 34 milhões de meninas fora da escola primária no mundo, do total de 63 milhões de crianças", afirma Rebeca Otero, da Unesco.

Igualdade de gênero na Educação: por que ainda é importante falar sobre isso?, artigo publicado no Estadão

ENEM e feminismo

“Os direitos das mulheres precisam ser reconhecidos como parte do aprendizado. É preciso ler mais sobre o assunto. Quando o Enem começa a falar do tema, os alunos começam a dar atenção para essas pautas. É uma mudança positiva, que desperta o interesse das novas gerações. O próximo passo é que estejam prontos para essas reflexões”, conta Átila Alexandre Nunes, Secretário de Direitos Humanos do estado do Rio de Janeiro.

Como o direito das mulheres aparece no Enem e vestibulares, matéria publicada no jornal O Globo

Cultura africana

A professora Andreia Viliczinski propõe atividades com foco na afroetnomatemática.

Professora usa a cultura africana para ensinar matemática, matéria publicada no site Educação Integral

Racismo

A falta de abertura em discutir temas considerados polêmicos dificulta trabalho de professores — no ensino público e privado.

O ensino brasileiro já aprendeu a lidar com o racismo?, matéria publicada na Nova Escola

Geração “nem-nem”

Pesquisa realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR) fala sobre o perfil dos jovens brasileiros que não estudam e não trabalham.

Qual a realidade social de jovens enquadrados na categoria ‘nem-nem’, matéria publicada no Nexo jornal.

Ensino e erros

Guy Claxton, educador inglês na Universidade de Winchester, da área de Ciência da Aprendizagem, falou sobre aprendizagem na 4ª Conferência de Educação da St. Paul’s School, que ocorreu em São Paulo.

“O que os alunos fazem com os erros é o que determina seu desenvolvimento”, matéria publicada no site Educação Integral