Recreio cultural

Resumo da solução

Problemas de relacionamento entre alunos, com brigas e casos de indisciplina e discriminação, eram frequentes no colégio Serafim de Carvalho, no município de Jataí (GO). Em busca de uma saída, a equipe gestora criou o chamado Recreio Cultural. Quinzenalmente passaram a ocorrer apresentações de estudantes em saraus de poesia, concursos de música, danças, festivais folclóricos e desafios de rap, entre outras atividades. A iniciativa resultou na melhoria da convivência, na redução da violência e do bullying e no aumento da aprendizagem e das notas.

Nossa escola adotou uma ação proposta pelos agentes jovens que muito têm contribuído para a melhoria do clima escolar e do desempenho dos estudantes nos estudos. Trata-se do Recreio Cultural, que acontece quinzenalmente, com apresentações de diferentes temáticas pelos estudantes em saraus de poesia, concurso de música, danças, festivais folclóricos e desafios de rap, por exemplo.

Todo o processo de implementação da prática ficou a cargo dos agentes jovens e da equipe gestora, que, além de dar suporte ao projeto, tornou viável a iniciativa, cedendo equipamentos sonoros e adquirindo instrumentos musicais.
Antes de iniciarmos a ação, os estudantes se mostravam apáticos, havia muitos grupinhos paralelos que brigavam uns com os outros; a indisciplina em sala de aula e os casos de discriminação eram corriqueiros. Também havia um descaso em relação à preservação das instalações da escola, com vários episódios de depredação de patrimônio.
No entanto, quando os estudantes passaram a vivenciar momentos culturais afinados com seus gostos pessoais, houve uma mudança significativa no comportamento de todos. Ao abrir espaço para a diversidade cultural, o recreio disseminou uma consciência de respeito às diferenças. Atraídos para os eventos e orgulhosos da iniciativa, os estudantes também desenvolveram um sentido de pertencimento à escola, o que vem reduzindo os casos de depredação do patrimônio.
O envolvimento dos estudantes com a ação, pela qual esperam ansiosos, tornou o cotidiano da escola mais estimulante e fortaleceu a autoestima, o que teve impacto na redução das incidências de violência e dos casos de bullying, que passou, inclusive, a ser combatido por muitos estudantes. Um episódio interessante é o de um estudante autista que consegue se apresentar cantando e declamando poesias em público.
Uma das constatações proporcionadas pelo projeto é que, quando os estudantes se aproximam amplamente, sem grupos ou panelinhas, fica mais fácil o diálogo e a conscientização entre eles sobre problemas vivenciados no dia a dia e a possibilidade de mudanças. Nosso principal aprendizado, inclusive, foi a importância da união de todos os atores do ambiente escolar.
O êxito da prática também é percebido no rendimento escolar, com os estudantes valorizando mais o processo avaliativo, principalmente no tocante às avaliações externas, pois sabem que isso contribui para a melhoria da instituição. Os avanços no desempenho foram evidenciados em avaliações externas, como a Avaliação Diagnóstica da Aprendizagem (ADA), por exemplo. Nossa expectativa é de que a ação traga mais impactos positivos no futuro, contribuindo para o fim da evasão.
Consideramos que esta prática pode ser implementada em outras escolas, provocando mudanças positivas no clima escolar, na motivação dos estudantes para frequentarem as aulas e se dedicarem mais aos estudos, valorizando o protagonismo e suas habilidades artísticas.
Com base em nossa experiência, recomendamos confiar nos estudantes e delegar a eles responsabilidades, pesquisar e levar em conta os principais interesses e gostos pessoais dos jovens, além de organizar um calendário para as datas festivas a serem realizadas durante o ano letivo.

Depoimento por: Cristiani Herreira Alves (gestora)
Instituição: C. E. Serafim de Carvalho)