Vote agora para eleger duas escolas brasileiras como as melhores do mundo - PORVIR
Crédito: Lu Freitas/Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo

Inovações em Educação

Vote agora para eleger duas escolas brasileiras como as melhores do mundo

Direto de Cabrobó (PE) e Novo Hamburgo (RS), as escolas públicas concorrem em categorias diferentes no World’s Best School Prizes e podem receber votos do público até o dia 2 de outubro. Os vencedores serão conhecidos no dia 19 de outubro

por Redação ilustração relógio 26 de setembro de 2022

A primeira edição do World’s Best School Prizes (em português, Prêmios Melhores Escolas do Mundo) tem duas representantes brasileiras na final. Uma, direto de Cabrobó (PE), focada na EJA (Educação de Jovens e Adultos) para os pais dos estudantes. Outra, em Novo Hamburgo (RS), mantém em sua pauta a participação ativa da comunidade escolar. São elas a Escola Evandro Ferreira dos Santos e a EMEB Profª Adolfina J. M. Diefenthäler, respectivamente. 

O público pode votar até o dia 2 de outubro, diretamente no site worldsbestschool.org (atenção: o site é todo em inglês e é preciso preencher um cadastro para participar). Um júri independente levará em consideração o número de votos recebidos para a seleção final. As vencedoras de cada categoria serão conhecidas em 19 de outubro, na Semana Mundial da Educação. Um prêmio de US$ 250 mil será dividido igualmente entre os cinco vencedores de cada categoria.

A iniciativa destaca escolas de todo o mundo que promovem práticas inovadoras para a melhoria da aprendizagem em seus territórios. São cinco categorias, agora com três finalistas em cada uma delas: a experiência de Pernambuco na categoria “Superação da Adversidade” e o Rio Grande do Sul na categoria “Colaboração Comunitária”. O prêmio é organizado pela instituição britânica T4 Education, em parceria com Fundação Lemann, Fundação Templeton World Charity, Accenture, American Express e Yayasan Hasana. 

“Os professores de todos os lugares serão inspirados pelo exemplo dessas excelentes escolas brasileiras”, afirma Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann. Para Vikas Pota, fundador da T4 Education e dos prêmios World’s Best School Prizes, é hora de os governos de todo o mundo ouvirem a voz e a experiência desses educadores. “À medida que o mundo procura se reconstruir a partir da devastação da pandemia da Covid-19, muitas crianças continuarão a ser deixadas para trás a menos que vejamos ações urgentes sobre a educação. Os líderes devem aprender com o conhecimento e a experiência contidos em nossas escolas porque aqueles na linha de frente da educação sabem melhor do que ninguém a mudança que precisamos ver”. 

Relembre a história das duas escolas:

A proposta da Escola de Ensino Fundamental Evandro Ferreira dos Santos, em Cabrobó, no sertão de Pernambuco, é melhorar a educação dos seus alunos dando suporte aos pais que não tiveram oportunidade de aprender a ler e a escrever, alfabetizando-os por meio da EJA (Educação de Jovens e Adultos)

Muitas vezes, quando os documentos precisavam de uma assinatura dos responsáveis, um carimbo na forma de impressão digital era usado. Durante a pandemia, boa parte dos estudantes, com idades entre 11 e 15 anos, não contaram com o apoio dos familiares nas tarefas escolares porque a maioria não sabia ler e escrever. Apoiar esses pais é a base do projeto “Distantes sim, desconectados não! Família e escola projetando sonhos, promovendo a inclusão”, com ênfase na alfabetização e, inicialmente, com foco na participação das mães. 

Caso ganhe o prêmio, a escola continuará investindo na comunidade, oferecendo cursos de informática para que as famílias sejam inseridas no universo digital, bem como projetos voltados ao empreendedorismo e aos cursos de interesse das mães, como manicure, cabeleireiro e corte e costura. A premiação ajudará a erradicar o analfabetismo para que as famílias continuem a estudar e motivem seus filhos a seguir na carreira acadêmica.

A EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Professora Adolfina J. M. Diefenthäler, localizada Novo Hamburgo (RS), figura na lista por seu trabalho de Colaboração Comunitária. Por lá, um Comitê de Gestão Democrática, independente da liderança escolar, abre espaço para que pais e alunos possam trazer suas ideias sobre o que acham que poderia mudar na escola. 

Assembleias mensais são realizadas nas classes, e os pedidos ficam registrados em documentos validados por essa comissão. Anualmente, a escola realiza uma conferência que envolve todos na instituição para analisar as principais e mais importantes demandas. Qualquer estudante tem o direito de opinar, sugerir ou emendar propostas, o que gera um sentimento de corresponsabilização. 

Pelo lado do desempenho acadêmico, há projetos de iniciação científica que começam logo na educação infantil. Na atividade “Fora da Caixa”, um pilar do projeto pedagógico da escola, crianças de diferentes séries desenvolvem juntas atividades sob a gestão dos diferentes professores. Assim, também aprendem a aprender e conviver uns com os outros. Em recente entrevista ao Porvir, a coordenadora Joice Lamb detalhou a experiência como gestora da escola.

Se ganhar o prêmio de Melhor Escola do Mundo pela Colaboração Comunitária, a escola vai consultar a assembleia para entender qual deverá ser o melhor uso dos fundos. 


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educação democrática, eja, prêmios

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