Por G1 DF e TV Globo


Sala de aula no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

O ano letivo de 2021 na rede pública de ensino começou nesta segunda-feira (8), no Distrito Federal. Os estudantes permanecem na modalidade a distância pelo menos até o dia 23 de março, quando o cenário da pandemia do novo coronavírus será reavaliado.

Na rede privada, as aulas presenciais também serão retomadas nesta segunda-feira. As atividades estavam suspensas desde domingo (28), após o governador Ibaneis Rocha publicar um decreto com restrições para frear a disseminação da Covid-19 (veja mais abaixo).

De acordo com a Secretaria de Educação, cerca de 460 mil alunos da rede pública, de 686 unidades de ensino, devem voltar a estudar nesta segunda. As aulas serão ministradas pela plataforma Escola em Casa DF, disponível em aparelhos com sistemas operacionais Android e iOS.

A pasta informou que oferece internet gratuita aos professores e estudantes para que eles consigam acessar a plataforma das aulas. Caso o estudante queira ter acesso ao material impresso, a secretaria disse que fará a entrega do material em domicílio.

Planejamento e investimento

Ao G1, diretor do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Samuel Fernandes, disse que o governo precisa de planejamento e investimento para recuperar os conteúdos perdidos no ano passado e para que esse período seja de aprendizado para os estudantes.

De acordo com ele, nas primeiras horas desta segunda, não houve reclamações sobre a plataforma das aulas. Sobre o retorno presencial, Samuel diz que não há possibilidade de implementar essa modalidade na rede pública, devido ao cenário atual da pandemia.

"Iniciar as aulas de forma presencial seria uma sentença de morte para professores, alunos e toda comunidade escolar. Temos que preservar a vida de todos e isso só se faz com vacina e aulas remotas", comentou.

De acordo com o sindicalista, o papel do governo, agora, deve ser tentar alcançar a maior quantidade de estudantes possível e permitir que eles tenham acesso à educação. "O conteúdo podemos recuperar, mas vidas não", disse ao G1.

Unidades privadas

Escola particular do DF, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução

Escolas e faculdades privadas têm permissão para promover aulas presenciais a partir desta segunda. Os modelos, no entanto, devem ser ofertados de forma opcional aos estudantes.

O retorno, em meio ao aumento de casos e ao esgotamento de leitos para tratar pacientes com Covid-19, não agradou aos professores. Karina Barbosa, presidente do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinproep-DF), criticou o posicionamento do Executivo.

"Entendemos que a Covid-19 tem aumentado, que os leitos são mínimos e que não há vacina. Lamentamos essa posição do GDF, por não ter o mesmo tratamento de educação pública e privada", criticou.

Para Ana Elisa Dumont, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do DF (Sinepe-DF), a educação é um serviço essencial. "Pedimos que as escolas orientem a comunidade escolar, pais, alunos e professores, que obedeçam os protocolos para que os estabelecimentos funcionem de forma tranquila", disse.

Cuidados

Higienizar as mãos é uma das maneiras de evitar contágio pelo novo coronavírus — Foto: Getty Images via BBC

O infectologista Julival Ribeiro explica que o retorno pode ser viável, desde que se tome cuidado com as medidas sanitárias. "É possível que se tenha um controle, mas é necessário monitorar os casos de coronavírus em cada sala de aula. Caso alguém teste positivo, todos têm que ser analisados", disse.

Segundo o especialista, é dever da escola assegurar o cumprimento dos protocolos de segurança contra a Covid-19. "Os pais precisam ficar de olho nos sintomas gripais, como febre e tosse. Além disso, há outros cuidados como higienização das mãos, uso correto da máscara e o distanciamento social", orientou.

Entretanto, Julival reconhece que o cenário atual ainda é incerto. "A depender do que possa acontecer com as novas variantes, poderemos ter que voltar a fechar as escolas particulares", informou.

Academias também reabrem

Pessoas treinando em academia, em imagem de arquivo — Foto: Chico Escolano/EPTV

Além das escolas particulares, o Executivo permitiu o funcionamento de academias a partir desta segunda-feira. A categoria comemora a reabertura e diz ser um segmento que não apresenta risco aos usuários e trabalhadores.

Thais Yeleni Ferreira, presidente do Sindicato das Academias do DF (Sindac-DF), diz "os protocolos de segurança são um dos mais seguros e que a população de Brasília vai poder voltar a cuidar da saúde".

Para Thiago Barreto, gerente regional de uma academia da capital, a expectativa da reabertura é de acelerar a recuperação do setor, que "tomou um susto" com o fechamento. "Posso garantir que as nossas unidades e clientes estão comprometidos com os protocolos de segurança", comentou.

Por outro lado, o epidemiologista da Universidade de Brasília (UnB) Jonas Brant explica que alguns locais, como as academias, são mais propícios para propagação do vírus.

"O que temos visto é que alguns ambientes têm uma característica maior para transmissão da Covid-19, tendo em vista as atividades que são realizadas. Um deles são as academias", disse.

Segundo o epidemiologista, nesses ambientes, geralmente há pouca ventilação, e as pessoas fazem exercícios. Com isso, a respiração é mais intensa, o que elimina vírus e bactérias, que circulam pelo ar.

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