Especialista orienta sobre volta às aulas em meio à pandemia da Covid-19 — Foto: TV Globo
Diversas instituições de ensino das regiões do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de MG retornaram com as aulas presenciais neste segundo semestre, entre elas em Uberlândia e Uberaba.
Essa volta das atividades em meio à pandemia da Covid-19 deve receber uma atenção especial, conforme afirma a neuropsicopedagoga Michelli Sabatini. Em entrevista ao MG1 da última quarta-feira (4), ela disse que este retorno não é comum e que o momento deve ser de responsabilidade compartilhada entre a escola e a família.
Ela reforça que as crianças e adolescentes não estavam em férias, mas sim em um período prolongado e repetitivo de ausência de aulas. Os conteúdos ensinados precisarão ser adaptados, novos contextos serão abordados e a mudança pode causar ansiedade.
Por isso, enquanto para alguns, encontrar os colegas novamente é motivo de felicidade, outros enfrentam crises de ansiedade significativas. Michelli alertou que as instituições de ensino devem se atentar à realidade particular de cada estudante.
“Cada criança vivenciou uma oportunidade, umas com apoio, outras sem apoio e algumas ainda sozinhas. É preciso que as escolas e professores realizem uma avaliação diagnóstica, de leitura e escrita básica. É necessário conhecer o estudante, para depois compreender e ajudar”, destacou.
Para começar essa jornada com tranquilidade, o primeiro passo é ir à escola e sentir segurança. Conversas sinceras devem ser realizadas entre pais e filhos. “Eles devem falar sobre a pandemia, o retorno às aulas e os seus impactos”, disse.
Cada caso deve ser analisado separadamente. É preciso respeitar e se adequar as escolhas do aluno, independentemente se ele irá continuar a estudar de forma remota, híbrida ou presencial. A principal preocupação da especialista é em relação ao impacto psicossocial.
"Necessitamos pensar na perda da oportunidade acadêmica e escolar. O ser humano é totalmente social, então, nós precisamos voltar sim, mas de uma forma segura. É importante que as famílias tenham essa segurança e entendam a importância de a criança estar na escola”, alertou Michelli.
Pais devem observar mudanças
Por isso, a recomendação do profissional é que os responsáveis se atentem às reações dos alunos e identifiquem se ele está preparado. Resistência, choros e angústia são sinais de que um especialista precisa ser procurado e que o estudante precisa de acompanhamento. “Fale com um profissional, procure a escola”, sugeriu ela.
Por fim, para ter um retorno seguro e agradável, Michelli ressaltou a importância da família estar bem, para que a criança ou o adolescente também esteja.
Com ambos seguros, o processo deve ser gradual e, sempre, acompanhado de uma união entre a escola e família.
Volta às aulas: neuropsicopedagoga de Uberaba recomenda atenção ao comportamento de alunos
Cuidados sanitários
Responsáveis devem se atentar às medidas de prevenção ao coronavírus — Foto: Danilo Girundi / TV Globo
Para que os estudantes estejam de fatos seguros, medidas para evitar a transmissão do coronavírus devem ser tomadas. No início do mês de agosto, o G1 conversou com especialistas para entender quais são os cuidados necessários para um retorno seguro.
Nesta reportagem, veja as respostas para as seguintes questões:
- A quais protocolos de segurança adotados pelas escolas os pais devem ficar atentos antes de decidir autorizar ou não o retorno presencial de seus filhos?
- Em quais casos os pais não devem enviar os filhos às escolas?
- Qual máscara os estudantes, no geral, devem utilizar?
- Escalonamento das turmas é uma boa ideia?
- Como deve ser organizado o intervalo/ hora do recreio?
- Qual o distanciamento seguro contra o vírus?
- Devo me preocupar com a transmissão do vírus ao tocar em maçanetas, mesas e cadeiras?
- Quais devem ser os cuidados sanitários, caso o estudante queira ir ao banheiro?
- Devo me preocupar caso o estudante toque em uma superfície contaminada e, em seguida, leve a mão ao rosto?
- Utilizar álcool gel é importante?