Por Guia do Estudante

Mesmo com a permanência de atividades remotas para alunos que são do grupo de risco, o retorno das aulas presenciais já acontece gradativamente desde o início do ano em Santa Catarina e todo o Brasil.

Para o retorno às salas de aulas, as escolas estão precisando se adaptar às novas regras de segurança sanitária, incluindo o distanciamento entre 1 metro e 1,5 metro entre os alunos. Já para as classes que não têm espaço suficiente, a opção é o modelo híbrido, ou seja, com aulas remotas e presenciais variando os dias da semana.

O retorno para os alunos

Para a Julia Grisolio, estudante do Ensino Médio, não foi difícil voltar para o colégio, já que não se adaptou bem ao ensino a distância.

"Em casa há muitas distrações e barulhos que atrapalham os estudos, a dificuldade para tirar dúvidas é muito maior do que no presencial. E na escola me sinto mais produtiva, tenho mais facilidade para escutar os professores, além de ter o contato direto com os amigos", explica a jovem.

A opinião dos professores

A torcida para a volta às escolas não foi apenas dos alunos, a professora de Artes da Escola Poty, Luciene Aparecida também citou algumas diferenças entre o modelo de educação presencial e o remoto.

"A aula online exige maior autodisciplina e dedicação do estudante, e é mais fácil perder a concentração e a falta de interação com as pessoas dessa forma. Por outro lado, a aula presencial traz a importante convivência com os colegas, atenção focada nas aulas e, muitas vezes, a segurança e confiança do aluno no trabalho do professor é maior", afirma.

Luciene ainda levanta um ponto importante sobre o retorno: "Vivemos em um país em que a internet e equipamentos, como tablets, notebooks e celulares, ainda não é uma realidade para todos", completa.

Além de apoiar e reforçar a importância da volta às aulas presenciais, a educadora relata como foi reencontrar seus alunos após a quarentena: "Muito prazeroso, tivemos o nosso momento de acolhimento emocional, precisávamos de um período para entendermos tudo o que aconteceu, discutirmos nossos medos, angústias e nossas perdas".

"Passado este período, é o momento de identificar a situação da aprendizagem de cada estudante e oferecer recursos para que ele consiga recuperar os conteúdos perdidos", planeja Luciene.

Retorno próximo ao vestibular: um problema ou solução?

Depois de um grande período de adaptação às aulas online durante a pandemia de Covid-19, o retorno a sala de aula pode trazer uma preocupação por estar muito próximo do vestibular.

Segundo Luciene, a desigualdade no país ainda é a principal questão quando falamos sobre o assunto: “Se pensarmos que na escola pública os estudantes tiveram pouco acesso ao ensino remoto, por falta de equipamento e/ou falta de internet, teremos pouco tempo após o retorno das aulas presencias para recuperar. Mas acredito que o número será mais significativo de estudantes fazendo a prova do ENEM/Vestibular do que em relação a 2020, onde muitos perderam as expectativas de fazerem uma boa prova”, explica a professora.

Por fim, a educadora ressalta a necessidade da segurança e higienização para o retorno. “Devemos continuar com todos os cuidados, o distanciamento social, a higiene constante das mãos e o uso de máscara para minimizar o risco de transmissão do coronavírus. Além disso, é importante a vacinação dos estudantes e professores com as duas doses. O ideal seria que todos da educação tivessem direito a 3ª dose”, finaliza Luciene.

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