Estudante Raphaella Novinski, de 16 anos, foi morta a tiros no Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, Goiás — Foto: Reprodução/Facebook
A estudante Raphaella Noviski Romano, de 16 anos, foi morta a tiros dentro do Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, na manhã de segunda-feira (6). Ela estava dentro da sala onde cursava o 9º ano do ensino fundamental, quando Misael Pereira Olair, de 19, invadiu o local e a matou com 11 tiros.
O rapaz tentou fugir após o crime, mas foi preso pela Polícia Militar. De acordo com a delegada Rafaela Azzi, ele queria manter um relacionamento com a adolescente, mas, como não foi correspondido, planejou o crime por 1 ano.
"Ele afirmou que atirou várias vezes nela porque queria que ela morresse logo e não sentisse dor", disse Rafaela ao G1.
Em um vídeo feito pela polícia antes da oitiva do rapaz, Misael afirmou que não está arrependido do crime, que comprou o revólver calibre 32 exclusivamente para matar a adolescente porque a odiava (veja abaixo).
"Ele gostava dela, que não dava abertura. Toda vez que ele se aproximava com alguma tentativa seguida de uma negativa, vinha a decepção e isso foi se transformando em ódio", destacou a delegada.
Misael foi autuado por feminicídio e, em seguida, encaminhado ao presídio, onde está à disposição do Poder Judiciário.
O corpo de Raphaella foi enterrado no Cemitério Muncipal Campo da Saudade, em Alexânia, na manhã desta terça-feira (7), onde recebeu homenagens de familiares e amigos.
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Veja abaixo o que já se sabe sobre o assassinato de Raphaella Noviski:
- Quem é a vítima?
A vítima é a estudante Raphaella Noviski Romano, de 16 anos, que cursava o 9º ano do ensino fundamental. A adolescente morava desde criança com a irmã mais velha, Isabela, e a avó, a dona de casa Antônia Afonso Pereira da Silva, de 63 anos, no Setor Novo Horizonte.
De acordo com a avó, os pais da estudante se separaram quando ela era criança. De acordo com Antônia, a filha se mudou para Brasília, e ela passou a cuidar das netas.
"Ela [Raphaella] era a mais carinhosa. Muito boazinha, meiga. Todo dia ela levantava da cama, me dava um beijo e pedia benção", completou a avó.
- Quando e onde aconteceu?
O crime ocorreu por volta das 7h50 de segunda-feira (6), dentro do Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal.
Imagens do circuito interno da escola mostram momentos de pânico logo após o homicídio. No registro, é possível ver o atirador chegando ao local e fugindo em seguida (veja abaixo).
Ele usa uma máscara, que foi apreendida pela polícia com ele no momento de sua prisão.
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- Quem é o autor dos tiros?
O atirador é Misael Pereira Olair, de 19 anos, que morava no mesmo bairro que Raphaella, em Alexânia. Ele era ex-aluno do Colégio 13 de Maio e, segundo a Polícia Civil, atualmente estava desempregado.
Ainda de acordo com a polícia, Misael não tinha antecedentes criminais. Na delegacia, ele confessou a morte de Raphaella e disse que não se arrepende.
O rapaz afirmou à polícia que mora com a mãe e a irmã, em Alexânia, e que, após o crime, iria fugir para a propriedade rural onde vive o pai, com quem quase não tem contato.
- Como o aluno agiu?
De acordo com a delegada Rafaela Azzi, responsável pelas investigações, Misael entrou na escola, invadiu a primeira sala de aula do corredor, mas não encontrou a vítima. Em seguida, entrou na segunda sala, foi direto ao local onde a adolescente estava e disparou 11 tiros contra ela, que morreu no local.
- Como os colegas de sala da vítima reagiram?
Um funcionário da escola, que preferiu não se identificar, contou ao G1 o autor dos disparos pulou o muro e entrou no corredor da sala em que a vítima estudava, onde tinham cerca de 30 alunos.
Segundo o funcionário, ao ver o jovem sacando a arma, os alunos saíram correndo em desespero. Após atirar contra a vítima, o rapaz fugiu para os fundos da escola e pulou o muro novamente. Ele foi preso a cerca de 300 metros da instituição.
- Qual o motivo do crime?
De acordo com a delegada Rafaela Azzi, Misael afirmou ter disparado 11 vezes contra a vítima, por "sentir ódio" dela.
"Ele alega que é conhecido 'de longa data' da vítima, e que sentia muito ódio da menina. A partir do depoimento dele entendemos que ele tentou namorar com ela, mas foi rejeitado. Por conta disto resolveu comprar uma arma, adentrar na escola onde ela estava e ceifar a vida dela", revelou.
A delegada explicou que o suspeito planejou o crime por um ano.
Polícia apreendeu máscara, revólver, munição, faca e chumbinho com suspeito de matar estudante em Alexânia, Goiás — Foto: Paula Resende/G1
- Qual a arma usada?
A polícia apreendeu com Misael um revólver calibre 32. De acordo com a delegada, ele afirmou que pagou R$ 2,3 mil pela arma, mas não revelou de quem comprou.
Rafaela Azzi explicou ainda que o rapaz sequer tem idade - o mínimo exigido é 25 anos - para ter posse ou porte de arma. Ele deve ser indiciado por feminicídio.
- Autor teve ajuda para cometer o crime?
A Polícia Civil diz que Misael teve ajuda do comerciante Davi José de Souza, de 49 anos, para cometer o crime. Segundo a investigação, ele deu carona ao rapaz até a porta do colégio, ficou do lado de fora esperando e depois o ajudou na tentativa de fuga. O homem também foi preso.
Advogado de Davi, Joel Pires de Lima explica que o cliente é amigo da família de Misael e não imaginava que estava levando o jovem para cometer o crime.
A delegada explicou que ele também deve responder pelo crime de feminicídio.
Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, Goiás, onde estudante Raphaella Novinski foi morta a tiros — Foto: Paula Resende/G1
- O que a escola diz?
Por conta do crime, a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esporte (Seduce) suspendeu temporariamente as aulas. O colégio só reabrirá no próximo dia 16, quando está previsto um culto ecumênico em homenagem à vítima.
Em nota enviada ao G1, a secretaria informou que a estudante foi morta “logo depois do início das aulas” e que “foi a única alvejada”. Segundo o texto, logo após o crime a direção tomou todas as providências chamando a Polícia Militar e comunicando o fato à família da vítima.
Ainda segundo a nota, “três psicólogas e uma assistente social da Coordenação Regional de Educação, Cultura e Esporte [Crece], de Anápolis, já foram deslocados para Alexânia para apoiar a equipe da escola, alunos e familiares. Uma equipe da Seduce também se deslocou para o colégio”.
A Seduce ressaltou, ainda, que “a escola dispõe de câmeras no pátio e dois vigias noturnos para promover a segurança”. Por fim, a secretaria lamentou o crime “e informa que trabalha em um esforço contínuo para manter a paz e a fraternidade no ambiente escolar”.
- O que aconteceu com o autor dos disparos?
Misael foi preso e permanece à disposição do Poder Judiciário. Segundo a delegada Rafaela Azzi, ele vai responder pelo crime de feminicídio.
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