Lá Vem o Enem 2022

Por Ana Beatriz Rocha, TV Cabo Branco


Lá Vem o Enem: professoras explicam como várias formas de expressão caem no Enem

Lá Vem o Enem: professoras explicam como várias formas de expressão caem no Enem

O ‘Lá Vem o Enem’ desta segunda-feira (12), das Tvs Cabo Branco e Paraíba, trouxe a discussão das variações linguísticas e do regionalismo para o centro do debate. Os assuntos foram abordados por professores de linguagens, redação e geografia.

Na reportagem especial, as professoras Ane Cléia e Josy Kelly, de linguagens e redação, explicaram a importância de diferenciar bem as variações. Há três principais tipos:

1 - Variação situacional

Ela indica que as expressões e o modo de fala variam de acordo com o contexto no qual o falante está inserido. Um bom exemplo é entender que numa entrevista de emprego é importante evitar gírias e termos inadequados, como o uso de palavrões. Já numa atividade entre amigos, num momento de lazer, é possível ficar mais à vontade quanto a fala.

Professora de linguagens Ane Cléia explica a importância de diferenciar bem as variações liguísticas — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

2 - Variação histórica ou temporal

Segundo ela, a fala varia a depender do momento em que o falante está situado, em termos de marcador histórico. Facilita pensar que a fala rebuscada que existia no século 18 ou 19 caiu em desuso. Exemplos práticos estão na mudanças no pronome de tratamento, em dado momento o termo "vosmecê" fazia sentido, hoje o correto é “você’, e caso o espaço virtual permita coloquialidade, cabe um “vc” como abreviação.

3 - Variação regional

Geralmente contextualizada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com uso de poemas, tirinhas e letras de música, a variação regional é a mais comum. Basta perceber as diferentes pronúncias, sotaques e palavras nas diferentes regiões. Exemplos: há lugares que chamam laranja cravo, outros tangerina, outros bergamota. Esse tipo de variação dá margem para discussão de regionalismo e preconceito linguístico.

Variações linguísticas e regionalismo são temas fortes na prova do Enem, afirmam professores — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Xenofobia e preconceito linguístico

Cotado entre os possíveis temas de redação para este ano, a discussão perpassa aspectos da língua e das relações sociais. A xenofobia é a discriminação baseada no lugar de origem da vítima, e ela pode ser destinada a estrangeiros ou moradores de regiões mais afetadas pelo preconceito, como o caso do Norte e Nordeste do país.

De acordo com o Alto-comissariados das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a xenofobia é:

“Sentimento de aversão, desconfiança, medo, antipatia, rejeição em relação ao estrangeiro, ao que vem de outro país, ao que vem de fora. O sentimento de xenofobia se manifesta em atitudes discriminatórias e, muitas vezes, violentas, tanto verbais como físicas e psicológicas contra migrantes”.

Na legislação brasileira, a xenofobia é tipificada como crime na Lei nº 9.459/1997, texto que regula crimes provenientes de preconceitos de raça ou cor. Conforme o artigo 20, é proibido:

“Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A pena para essas ações é a reclusão de um a três anos e multa”.

Regiões do Brasil e a prova de Ciências Humanas

O ‘Lá Vem o Enem 2022’ convidou, ainda, o professor de geografia Inakã Leal para explicar de que modo as regiões podem ser cobradas no exame. Entre os destaques está o alerta para os biomas. O Brasil tem cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste.

Professor de geografia Inakã Leal explica de que modo as regiões podem ser cobradas no Enem — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Os principais biomas são Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. São importantes recursos naturais, seja em termos de vegetação, fauna e flora, que dependem da preservação ambiental. Aspectos ambientais estão entre os assuntos mais aguardados pelos professores para a prova deste ano.

Redação e norma culta

Apesar da importância de manter as variações linguísticas respeitadas, a prova do Enem exige o uso da norma culta na redação. Conforme apontou a professora Josy Kelly, isso significa que é importante evitar gírias e expressões regionais demais, visto que o texto será corrigido por professores de todo país.

Para a professora de redação Josy Kelly, é importante evitar gírias e expressões regionais demais no Enem — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Obedecer à norma culta não significa, no entanto, rechear o texto de termos rebuscados: “não é necessário falar difícil, o texto precisa comunicar bem as ideiais e ter uma fluidez, isso passa pelo bom uso de expressões simples e acessíveis", indica a professora.

Lá Vem o Enem 2022

Presente na TV, no rádio e no digital, convergindo sete veículos da Rede Paraíba, o Lá Vem o Enem é o maior projeto de comunicação regional focado na preparação para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio.

Criado em 2019, a maratona obteve, apenas no ano passado, mais de 20 milhões de impactos, o que gerou um alcance de cerca de 1,8 milhão de paraibanos. No digital, já são mais de 1 milhão de pageviews e uma rede de quase 8 mil alunos cadastrados de todos os estados do país, incluindo o Distrito Federal.

Na televisão, o Bom Dia Paraíba exibe o quadro às segundas-feiras. No digital, os usuários do Lá Vem o Enem têm à disposição as editorias especiais no g1 Paraíba e no Jornal da Paraíba. Nas redes sociais, os interessados podem acompanhar no perfil @lavemoenem no Instagram. A partir de 29 de agosto, vai ao ar, às segundas-feiras, um podcast exclusivo sobre atualidades no site da CBN Paraíba.

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