Niterói
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Por — Niterói

Com a tecnologia inserida na vida de crianças e adolescentes cada vez mais cedo, o controle do uso das redes sociais e da inteligência artificial pelos alunos é um dos principais desafios encarados por pais e educadores. A proibição do uso de telefones celulares nas salas de aula da rede municipal, como já ocorria no Rio, virou lei em setembro do ano passado em Niterói. Na rede privada, as regras variam de acordo com cada instituição. Já as práticas de bullying e cyberbullying, que este mês passaram a ser consideradas crimes, impõem mais debates no âmbito escolar.

A preocupação do uso excessivo de telas por parte dos alunos não é de hoje no Instituto GayLussac. O colégio, que já proíbe o uso de celulares dentro de sala desde 2001 e foi o primeiro do estado a estender essa proibição para o recreio, vem reforçando o diálogo com famílias e alunos, através de ações como educação digital já com os pequenos e educação computacional, a partir do 6º ano. Outra ação é a Semana da Internet Segura, para conscientizar sobre as relações estabelecidas nas redes. A diretora Luiza Sassi considera que o uso das redes sociais pelos adolescentes tem sido muito prejudicial.

— Já proibíamos os telefones nas salas e estendemos para os recreios quando observamos que estava interferindo sobremaneira nas relações interpessoais dos alunos, que mesmo lado a lado passaram a conversar entre eles pelas redes. Hoje, até os pequenos estão fazendo uso das redes, que não são regulamentadas e disponibilizam todo o tipo de conteúdo, incluindo barbaridades como apologia a crimes e práticas sadomasoquistas. Imagina como estarão na adolescência? As redes têm sido a pauta da vida deles, e cada vez mais cedo. Há casos de crianças com crises de abstinência de telas e estudos que comparam esse vício de telas ao de álcool e drogas. Quando resolvemos banir da escola, achamos que teríamos uma revolta dos alunos e familiares, mas fomos surpreendidos positivamente. Parece que queriam e precisavam desse freio. As famílias têm noção da gravidade, mas varia a forma com que cada uma consegue supervisionar e controlar — explica ela.

Casos de tolerância zero

Luiza conta que as aulas de educação computacional são pensadas para que os alunos entendam a lógica do algoritmo e não fiquem submetidos como usuários passivos, sem entender que aquilo tem manipulação de mentalidade. Sobre a criminalização do bullying e cyberbullying, destaca que a escola tem que ter tolerância zero.

— A escola fazer com que as crianças fiquem longe da tela como entretenimento não quer dizer que não tenha tecnologia nas aulas. O uso de computadores e tablets é pensado para programar, para pesquisas, com intencionalidade pedagógica. Temos um centro de tecnologia e inovação. A inteligência artificial faz parte dos projetos desse centro, assim como as aulas de pensamento computacional trazem a reflexão sobre o que é o uso da inteligência artificial. Logo que saiu o Chat GPT, no início do ano passado, os professores passaram por uma especialização. Quando começaram a palestrar para os alunos e liberaram o uso em algumas questões, os que pesquisaram apenas no Chat GPT erraram, e outros que fizeram mais conferências acertaram. A máquina vem para auxiliar, mas não vem substituir o homem. Queremos demonstrar para os alunos que são imprescindíveis a inteligência e a reflexão deles no pensar a tecnologia. São essas experiências que procuramos provocar — completa a diretora do GayLussac.

Com a mudança na lei 14.811/2024, que passa a tipificar como crimes as práticas de bullying e cyberbullying, a Canadian School of Niterói projetou iniciar o ano letivo com ações específicas envolvendo alunos, professores e colaboradores, para debater o tema e estimular a empatia dentro e fora do espaço escolar.

Psicóloga da Canadian, Ester Almeida explica que, alinhadas à educação do Canadá — onde, afirma, o respeito, a tolerância, a cidadania e a prevenção ao bullying são trabalhados de maneira transversal no currículo –, storytellings, discussões e reflexões são oferecidas aos alunos para que pensem juntos em estratégias de combate ao bullying e cyberbullying.

— A sanção da lei é um marco importante na proteção integral da infância e juventude no espaço escolar. Quando admitimos que a promoção de saúde diz respeito ao bem-estar biopsicossocial das juventudes, é imprescindível pensar como os ambientes digitais impactam, positivamente ou não, o desenvolvimento social e acadêmico dos estudantes. Ao mesmo tempo que os avanços das tecnologias podem trazer ganhos para o processo de ensino-aprendizagem, com ferramentas inovadoras e novas formas de pensar o aprender, é preciso ter cautela, compreendendo que os danos de um mau uso das redes podem ser irreversíveis. Construímos uma comunidade escolar forte, que discute os impactos das novas tecnologias com colaboradores, corpo docente, estudantes e famílias, como uma boa estratégia na prevenção às violências escolares. Assim, conseguimos trabalhar o uso consciente e construir com crianças e adolescentes a ideia de que, mesmo digitalmente, são responsáveis pela vida social coletiva — destaca a profissional.

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