Descrição de chapéu Censo 2022

Um em cada quatro jovens de 15 a 17 anos tem atraso na trajetória escolar

Nas regiões Norte e Nordeste proporção de adolescentes ainda no ensino fundamental é ainda maior e atinge um terço deles

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São Paulo

Mais de um quarto (26,7%) dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos que frequentam a escola estão matriculados no ensino fundamental —ou seja, tem atraso na trajetória escolar. Nessa idade, eles deveriam estar cursando o ensino médio, última etapa da educação básica.

Os dados são do Censo Demográfico 2022, divulgados na manhã desta quarta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Eles mostram ainda que, além dos que estão em atraso escolar, 14,7% dos jovens dessa faixa etária não estão mais estudando. Esse é o menor percentual em 22 anos (a proporção chegava a 22,6%, em 2020). No entanto, esse dado ainda significa que mais de 1,27 milhão de adolescentes dessa idade estão fora da escola.

Um em cada quatro jovens de 15 a 17 anos tem atraso na trajetória escolar - Karime Xavier - 08.mai.23/Folhapress

Outras pesquisas nacionais já apontam que o Brasil enfrenta com dificuldade o percurso irregular de conclusão da educação básica de maneira generalizada em todo o país, mas que se manifesta de forma mais expressiva entre os alunos mais pobres, com deficiência, indígenas, negros e do sexo masculino.

Segundo o Censo, o atraso escolar é ainda mais acentuado nas regiões Norte e Nordeste, com 34,1% e 31,1% dos jovens dessa faixa etária ainda matriculados no ensino fundamental.

É também na região Norte que há o maior percentual de jovens de 15 a 17 anos fora da escola, com 16,3%. Roraima é o estado com a menor taxa de frequência escolar, com mais de um quinto dos adolescentes dessa faixa etária (21,2%) sem estudar.

Entre os municípios, Nova Serrana, em Minas Gerais, foi a que apresentou a maior proporção de jovens fora da escola, 30,9%.

Especialistas indicam que a alta taxa de atraso escolar mostram que os problemas educacionais no país começam ainda nos primeiros anos escolares, sobretudo nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano). Não há hoje nenhuma política pública nacional especificamente para enfrentar os problemas dessa etapa.

Entre as principais políticas educacionais debatidas nos últimos anos no país, está por exemplo a mudança do currículo novo ensino médio. Bandeira do governo Lula (PT), o programa Pé de Meia também só prevê bolsas e poupança para os alunos dessa última etapa da educação básica.

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Comentários

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Paulo Araujo

26.fev.2025 às 12h40

A resposta é simples: se houver investimento sério na educação básica, isso vai fazer com que as pessoas comecem a pensar e escolher melhor seus representantes. Isso é tudo que essa escumalha política não quer.

Petrônio Alves Corrêa Filho

26.fev.2025 às 12h35

Para mim, educador, o grande problema do nosso ensino é a promoção de estudantes sem o devido aprendizado. Estamos formando semianalfabetos e incompetentes. Se a escola antiga era deficitária e excludente, pelo menos ensinava o necessário: os alunos sabiam escrever, ler e as quatro operações matemáticas.