Brasil

Após protestos contra cortes na Educação, Bolsonaro publica vídeo de pais de alunos de escola particular em sua defesa

Pequeno grupo gravou imagens em frente ao Colégio Santo Agostinho contra o apoio dos professores da instituição ao movimento que tomou as ruas de mais de 200 cidades
Em vídeo, pais de alunos se opõe a professores que aderiram à paralisação e defendem Bolsonaro Foto: Reprodução/ Twitter
Em vídeo, pais de alunos se opõe a professores que aderiram à paralisação e defendem Bolsonaro Foto: Reprodução/ Twitter

BRASÍLIA —  Um dia após manifestações contra cortes na Educação, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais, nesta quinta-feira, para publicar um vídeo de um pequeno grupo de pais do Colégio Santo Agostinho, escola particular do Rio,  protestando contra o apoio dos professores da instituição ao movimento que tomou as ruas de mais de 200 cidades em 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.

"Pais de alunos do Colégio Santo Agostinho, Rio/RJ, reagem ao uso político que alguns querem fazer com seus filhos na escola. Os valores e o conhecimento devem ser a tônica daqueles que matricularam seus filhos nessa escola particular e, certamente, em muitas outras", escreveu o presidente, que está em viagem a Dallas (Texas), nos Estados Unidos.

No vídeo, um grupo de pessoas segura cartazes em frente ao colégio, em defesa da escola sem partido. "Professor, pare de usar sua influência para doutrinar nossos filhos", diz um dos textos.  Um pai de aluno, não identificado, diz que trata-se de  "um ato de protesto contra decisão de parte do corpo docente do colégio de participar da greve que tem cunho completamente político, organizada para prejudicar o governo Bolsonaro."

— Essa não é uma greve que tem uma pauta da categoria dos professores. Essa é uma greve de repudio político ao governo Bolsonaro, organizada por um sindicato completamente aparelhado por partidos de esquerda — disse o homem, afirmando que o ato é para pedir ao colégio para garantir as aulas do filho: — É para isso que pagamos as caras mensalidades.

Greve abre guerra entre professores e pais de alunos em colégio tradicional do Rio

Segundo o pai do aluno, o grupo reunido na porta do colégio representa 430 pessoas que assinaram uma carta para ser entregue à escola em que reforça a "defesa dos valores cristãos que esse colégio se dispõe a proteger e propagar para nossas crianças."

— Esses valores não são compatíveis com coletivos feministas, não são compatíveis com o comunismo,  não são compatíveis com o marxismo, nem ideologia de gênero, nem com nenhuma das pautas progressistas — continua.

A reportagem procurou o Colégio Santo Agostinho, mas não obteve resposta.