Educação no Ceará

Por g1 CE


Um a cada três professores identificou violação de direitos da criança e do adolescente em escolas de Fortaleza, diz pesquisa — Foto: TV Globo/Reprodução

Uma pesquisa revelou que 39,8% dos docentes da rede estadual de ensino em Fortaleza afirmaram já ter identificado algum caso de violação de direitos da criança e do adolescente nos últimos 24 meses. O levantamento inédito, denominado “Prevenção à violência nas escolas: o que pensam os professores sobre o tema”, ouviu 506 professores de 168 escolas. A pesquisa foi lançada nesta terça-feira (18).

A pesquisa levantou ainda que 78,7% consideraram que a pandemia de Covid-19 agravou o cenário de violação. O levantamento é realizado pela ONG Visão Mundial e a Unifametro, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado do Ceará. Veja abaixo gráfico com as violações relatadas pelos professores.

Tipo de violação de direitos identificados
Pesquisa ouviu 506 professores da rede estadual em Fortaleza
Fonte: ONG Visão Mundial/Unifametro

LEIA TAMBÉM:

A negligência é apontada como porta de entrada para outros tipos de violações contra crianças e adolescentes. A investigação “Prevenção à violência nas escolas: o que pensam os professores sobre o tema” fez parte do projeto de Iniciação Científica intitulado “Escola: Espaço Vivo e Protetor” e da Secretaria Estadual de Educação.

Além dos dados, o documento também apresenta nove recomendações para as instâncias públicas e instituições educacionais para a prevenção da violência. O objetivo é compreender as percepções dos professores sobre os desafios e possibilidades para implementação de um programa de prevenção às violências nas escolas públicas de ensino médio da capital.

Sobre o perfil dos participantes:

  • Os professores são a maioria deste grupo (45,4%)
  • Em segundo lugar, os diretores (27,8%)
  • Em terceiro lugar, os funcionários (15,7%)
  • Por último, os que responderam “Outros” (11,1%), mas não especificaram quais são funções exercem.

Metodologia

Para a realização da pesquisa, a organização optou por método quantitativo, qualitativo e observação participante, aplicado com 506 professores, os quais são os principais atores na implementação de um programa de prevenção às violências.

A ideia, segundo os responsáveis pela pesquisa, é que, além da criação de metodologias e programas de prevenção, os resultados possibilitem reflexões iniciais para as escolas de ensino médio de outros municípios do Ceará.

Desafios para a notificação

O levantamento também questionou os professores sobre as dificuldades para a notificação de casos de violência. Segundo os docentes, a ineficiência da rede de proteção (44,4%), o medo das reações da família e da comunidade (45,4%) e o desconhecimento de como fazer a notificação (32,4%) foram considerados os fatores de maior dificuldade.

Em 2016, a Visão Mundial e a Promotoria da Educação do Estado do Ceará realizaram dez rodas de conversa com professores de 50 escolas e esses mesmos itens foram citados pelos professores. A ação motivou a elaboração do Guia de Implementação das Comissões de Proteção nas Escolas (CPES), em 2018, e a criação do curso de formação realizado pela Visão Mundial em 2019.

Assista às notícias do Ceará no g1 em 1 Minuto

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!