Educação 360
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Por Pâmela Dias


Acesso à internet é tema de debate sobre inclusão escolar no Festival LED, no Museu de Arte do Rio (MAR) — Foto: Márcio Alves
Acesso à internet é tema de debate sobre inclusão escolar no Festival LED, no Museu de Arte do Rio (MAR) — Foto: Márcio Alves

Aliar o giz e a lousa, considerados tecnologias analógicas, ao celular e computador, na esfera digital, é o melhor caminho para formar crianças e jovens que vislumbrem um futuro com mais possibilidades. Especialistas em educação, que abriram a programação do Festival LED - Luz na Educação neste sábado, no Museu de Arte Moderna do Rio (MAR), apontaram que esse pensamento está sendo mais bem aceito entre educadores brasileiros no pós-pandemia. Mas, defenderam que um longo caminho precisa ser percorrido para que o acesso seja democrático.

- Há um grande desafio enquanto professores para pensar na tecnologia digital enquanto processo de formação. Os dois anos longe da sala de aula ajudaram a iniciar o debate de que a tecnologia favorece tanto o professor quanto o aluno, que cria mais interesse e aprende com outras dinâmicas - explicou Helena Singer, líder da Estratégia de Juventude America Latina na Ashoka.

O desafio do Brasil em aliar tecnologia à educação foi mostrado no Censo de 2020, divulgado no ano passado pelo Ministério da Educação. Em 2019, a internet banda larga não chegava a 15 mil escolas urbanas (18,1%), e cresceu para 17,2 mil (20,5%) em 2020.

Dados complementares do IBGE, divulgados no ano passado, mostraram também que entre alunos de 15 a 17 anos, apenas 54% possuíam computador ou notebook e acesso à internet em casa durante as aulas remotas. Do total de estudantes elegíveis ao grupo, os pertencentes à rede particular de ensino, 90% têm acesso à tecnologia necessária para realização das atividades escolares remotas. Já na rede pública, o mundo cai para 48,6%.

Pensando em democratizar o acesso à educação básica a alunos de escolas públicas, Kelly Baptista, diretora da Fundação 1Bi, instituição que desenvolve tecnologias de impacto social, criou o AprendiZap - uma conversa automática que envia aulas prontas e exercícios gratuitos para alunos do 6º ao 9º ano e Ensino Médio, através do WhatsApp. Mais de 30 mil professores já compartilharam exercícios e cerca de 230 mil alunos já acessaram as aulas.

- Ter computador em casa hoje ainda é um privilégio que não chega a muitos alunos da escola pública. Enquanto essa realidade não é possível para todos, o AprendeZap funciona como um chat bot acessível, por não demandar uso de um segundo aplicativo que iria requerer acesso à internet e memória no celular. O WhatsApp é uma ferramenta de amplo acesso, pela qual algumas operadoras não cobram, o que facilita que chegue a mais alunos - explica Kelly.

Como exemplo de que as escolas públicas têm potencial de desenvolver tecnologias digitais, apesar da falta de estrutura, o matemático e professor Greiton Toledo criou o Mattics. O projeto incentiva estudantes a desenvolverem jogos unindo matemática e programação. Hoje, eles criam aparelhos e metodologias para melhorar a vida de pessoas com Doença de Parkinson, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).

- Nas aulas nós fazemos "'tempestades se ideias", a partir dos problemas que os hospitais públicos têm. Depois atrelamos os conteúdos das aulas às possíveis soluções. Isso permite o maior interesse dos alunos e alguns deles seguem na carreira da engenharia e outras profissões para criar tecnologias de baixo custo para a comunidade - relata o professor.

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