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Tebet quer combater evasão escolar com bonificação financeira a alunos, diz membro da campanha

Dinheiro seria dado a estudantes que completarem o ensino médio, afirma Rossieli Soares durante sabatina da Folha

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São Paulo

Uma das propostas da candidatura de Simone Tebet (MDB) à Presidência na área da educação é a criação do Poupança Mais Educação, um programa que concede bonificação financeira a alunos que completarem o ensino médio. O objetivo é combater a evasão escolar.

É o que afirmou Rossieli Soares, membro da campanha da senadora, durante sabatina sobre educação promovida pela Folha em parceria com o Todos Pela Educação.

O encontro foi mediado pelo repórter do jornal Paulo Saldaña, especializado em educação, e por Priscila Cruz, cofundadora e presidente-executiva do Todos.

Folha em parceria com a ONG Todos Pela Educação promoveu sabatina na manhã desta quarta-feira (31) sobre educação com Rossieli Soares, representante de Simone Tebet, candidata à Presidência - (Jardiel Carvalho/Folhapress)

A medida, diz, seria uma forma de garantir que os estudantes não abandonem a escola para trabalhar.

"Hoje, as famílias estão pressionadas pela fome e pelo desemprego e elas tiram seus filhos da escola para ajudar de alguma forma", afirma ele, acrescentando que a longo prazo essa decisão gera problemas ao aluno.

Já para recuperar a educação no pós-pandemia, Rossieli diz ser importante que o governo federal promova uma coordenação nacional com estados e municípios.

"A educação no Brasil parou nesses últimos anos. Não só por causa da pandemia, mas porque faltou coordenação. Vamos colocar em protagonismo a recomposição da aprendizagem. Apesar de todo o esforço, ela ainda está muito aquém", disse.

Em São Paulo, por exemplo, estudantes de escolas estaduais, ao final de 2021, haviam aprendido menos da metade (45%) do que era esperado para os últimos dois anos caso as aulas não tivessem sido interrompidas, e 31% corriam alto risco de evasão escolar.

Os dados são de uma pesquisa da Universidade de Zurique (Suíça) com base em dados fornecidos pela secretaria de educação paulista.

Rossieli comandou a pasta entre 2019 e 2022. Antes de assumir o cargo, havia sido ministro da Educação do governo Michel Temer (MDB), de abril a dezembro de 2018, e também ocupou a secretaria de Educação Básica do MEC.


Assista à entrevista completa:

Ele afirma ainda que a primeira infância e a adolescência serão o foco de Tebet em um eventual governo. Por isso, segundo ele, a senadora criará uma secretaria executiva vinculada à Presidência para que esse tema ganhe relevância na gestão.

A formação dos professores é outro ponto a ser priorizado. Rossieli diz que é preciso privilegiar a prática e o contato com os alunos, elementos que, segundo ele, estão faltando atualmente.

"A estrutura de ensino para os professores está muito atrasada no Brasil. Ele chega recém-formado e não sabe como dominar uma turma", diz ele, para quem também é essencial valorizar a docência. Por isso, diz ser importante não apenas oferecer aos professores salários atraentes, mas pensar em formas de tornar a profissão interessante para os jovens.

Uma das propostas é oferecer bolsas aos alunos que tiveram um bom desempenho no Enem e que queiram ser professores.

Rossieli afirma ainda que Tebet vai apostar na regulação dos cursos que formam professores para melhorar a qualidade. Além disso, diz não acreditar que eles possam ser ofertados totalmente a distância.

"O EAD é uma ferramenta possível, mas ela tem limites. Eu não acredito em curso 100% de EAD, mas acho que ele pode ser uma forma de trazer alguns momentos importantes na formação dos nossos jovens."

Para implementar esses planos, Tebet pretende ampliar o orçamento do MEC, que vem sofrendo sucessivos cortes sob o governo Bolsonaro.

Além disso, a candidata defende uma administração mais eficiente dos recursos. "Precisamos colocar foco na educação para ter mais orçamento, mas também para executá-lo melhor", afirma Rossieli.

Ele acrescenta que a ideia é direcionar mais recursos a escolas carentes para combater o racismo estrutural. São justamente as escolas menos equipadas que abrigam o maior contingente de pessoas negras e pobres, afirma.

De acordo com ele, ao combater desigualdades na educação, seria possível combater também o racismo. "A cor da pele não pode definir o futuro do aluno nem o aumento da desigualdade. Por isso, educação de qualidade e inclusiva é importante."

Rossieli foi o primeiro convidado de uma série de sabatinas sobre educação. Uma pesquisa encomendada pelo Todos pela Educação mostrou que 59% dos brasileiros aptos a votar nas eleições consideram o tema "muito importante" na hora de escolher um candidato.

Na quinta-feira (1º), às 15h, o sabatinado será o deputado federal mineiro Reginaldo Lopes (PT), representando a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Formado em ciências econômicas, Lopes é líder da bancada petista na Câmara. É de sua autoria a Lei de Acesso à Informação.

No mesmo dia, às 17h, será a vez de Ivo Gomes (PDT), prefeito de Sobral (CE), falar pela campanha de Ciro Gomes (PDT). A cidade é destaque nacional na educação, com a maior nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2019 entre os municípios com mais de 100 mil habitantes. Ivo comanda o município desde 2017.

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