O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta segunda-feira que vai rever as políticas que o estado adotou desde o último ataque a uma escola no estado, em março, na escola Thomazia Montoro, na Zona Oeste da capital. A declaração foi dada horas após um aluno entrar atirando na Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste da cidade, e matar uma estudante de 17 anos. Outros três alunos ficaram feridos e foram socorridos ao Pronto-Socorro Sapopemba.
— É um momento de fazer uma profunda reflexão sobre a efetividade daquilo que a gente tem colocado em prática desde o ocorrido em março. Aqui tem ronda escolar ativa, é uma escola que conta com psicólogo, houve treinamento contra agressão na escola. Ainda assim, não foi suficiente e está havendo um esforço muito grande para evitar esse tipo de ação. Por mais que se evite uma série de ocorrências, quando uma não é evitada, quando você falha, fica a dor, fica esse sentimento e a necessidade de rever tudo o que a gente está fazendo para evitar novas ocorrências. A escola tem que ser um local seguro — disse Tarcísio, acrescentando que 165 tentativas ou suspeitas de ataques a escolas foram frustradas no estado período entre março e outubro.
Em publicação nas redes sociais, Tarcísio solidarizou-se com as famílias das vítimas.
— Estamos consternados com mais um terrível ataque nas nossas escolas. Nesse momento, a prioridade é apoiar os estudantes, professores e familiares. Toda minha solidariedade às famílias e a todos os afetados neste triste episódio — escreveu.
Também em suas redes, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lamentou o episódio.
— Infelizmente, tivemos a confirmação de uma morte. Meus sentimentos aos amigos e familiares neste momento de dor. Torço pela pronta recuperação dos feridos socorridos ao hospital do bairro. A Polícia já prendeu o atirador. Estou em contato com o Estado para oferecer o suporte necessário — disse o prefeito.
O secretário da Educação, Renato Feder, prometeu a contratação de mais psicólogos e de segurança privada nas escolas. Atualmente, segundo ele, cada psicólogo atende em média dez escolas.
O secretário disse que a direção escolar não percebia sinais de perigo no aluno responsável pelo atentado desta segunda-feira, mas que os pais já haviam sido chamados na escola em junho porque ele era vítima de bullying. Na época, porém, a instituição ainda não contava com o apoio psicológico.
— Eu conversei com a diretora, a gente está muito triste e trabalha para a escola ser um lugar de alegria, amizade e acolhimento. A psicóloga está aqui toda semana. E aí acontece esse desastre. O que a diretora falou sobre o aluno é que ele não chamava a atenção no sentido de ser um potencial agressor — explicou.
O ataque
Segundo a Polícia Militar, um aluno do 1º ano do Ensino Médio, de 16 anos, vestindo o uniforme da escola, entrou na unidade pouco depois das 7h e efetuou quatro disparos contra outros estudantes. A PM foi acionada às 7h30.
Na sequência, ele entregou a arma para a coordenadora e se entregou à polícia, que o encaminhou para a delegacia para prestar depoimento. Ele foi apreendido e será remetido à Fundação Casa.
A estudante que morreu teve um ferimento na cabeça, foi encaminhada ao pronto-socorro, mas não sobreviveu.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não há indícios de que a menina morta tenha sido um alvo planejado pelo atirador, pois ela não tinha nenhuma relação com ele, segundo as informações preliminares.
Outras duas meninas foram atingidas no tórax, na clavícula e no membro superior direito. Um menino se feriu ao correr do ataque, mas não teria sido atingido por disparos.
As três vítimas feridas estão no hospital e sem maiores riscos. Duas meninas foram atingidas pelos disparos, e um aluno se machucou enquanto tentava fugir. Todos foram socorridos ao PS de Sapopemba, a 600 metros da escola.
A arma usada no crime é um revólver calibre .38 e pertence ao pai do atirador, cuja profissão é motociclista, de acordo com a Polícia Militar. Seu registro é de 1994. A arma ainda está no local do crime e passa por perícia da Polícia Civil.
Alvo do ataque, a Escola Estadual Sapopemba tem 1800 alunos, do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Desde agosto, o local contava com um psicólogo, e em setembro foram feitos 15 atendimentos no local. Após o ataque, a escola terá as aulas suspensas por dez dias.
Ataque em escola de Sapopemba:
- Uma estudante de 15 anos morreu e outras três ficaram feridas após um ataque à Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, nesta segunda-feira.
- Segundo a Polícia Militar, um aluno do 1º ano do Ensino Médio, vestindo o uniforme da escola, entrou na unidade pouco depois das 7h e atirou contra vários outros estudantes. A PM foi acionada às 7h30. O suspeito se entregou e foi preso.
- O Governador e o prefeito de São Paulo, Tarcísio de Freitas e Ricardo Nunes, se solidarizaram com as famílias das vítimas do ataque em suas redes sociais.