Por Rita torrinha, G1 AP — Macapá


Professores e pais paralisam aulas na escola Pequeno Cidadão, em Macapá. Em cartazes eles pedem respostas — Foto: Rita Torrinha/G1

A semana que deveria iniciar com festa para as crianças da Escola Municipal de Ensino Infantil Pequeno Cidadão, pela programação da "Semana da Criança", iniciou com reivindicação de pais, alunos e professores do educandário, pelo desaparecimento de centrais de ar e a não conclusão das obras num bloco do prédio. Como forma de protesto, as aulas dos turnos da manhã e da tarde foram paralisadas nesta segunda-feira (9).

A instituição fica localizada no bairro Buritizal, na Zona Sul de Macapá. Em frente da escola, professores e pais pediram respostas do poder público sobre o sumiço de 7 centrais de ar e a retomada das obras de três salas de aula, cujos trabalhos pararam em abril. Cartazes foram pregados na parede, com questionamentos sobre o paradeiro dos equipamentos. No lugar onde as três salas de aula deveriam funcionar só existe uma estrutura de tijolo parcialmente erguida.

Professores e pais da Escola Pequeno Cidadão, em Macapá — Foto: Rita Torrinha/G1

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) disse que está apurando os fatos para tomar as medidas necessárias contra a empresa.

“Inclusive vou encaminhar a polícia civil informações para que se investigue. Na Semed foi aberta sindicância para apurar como isso ocorreu, para que possamos cobrar da empresa ou de quem for a responsabilidade”, disse o secretário municipal de Educação, Moisés Rivaldo.

Ele diz também que uma licitação no valor de R$ 450 mil está em processo para compra de centrais de ar, e que a Pequeno Cidadão deve ser priorizada com os equipamentos, mas não há prazo para a conclusão do processo licitatório.

Professora Vilma Lúcia das Mercês diz que a escola promoveu eventos para comprar as centrais — Foto: Rita Torrinha/G1

Segundo os professores, os aparelhos foram adquiridos pelos próprios funcionários, entre os anos de 2012 e 2013. Em 2015, quando o prédio entrou em reforma, a empresa responsável pelas obras teria retirado as centrais e não as devolveu.

“Fizemos bingos, rifas, vendas de comidas em festividades, promoções, vários eventos para angariar recurso e comprar as centrais. Elas não pertencem ao poder público, pertencem a escola e queremos de volta. Nossos alunos e nós professores estamos sofrendo com o calor”, conta Vilma Lúcia Mercês, de 52 anos, professora municipal há 8 anos.

Liliane Dias é mãe do aluno tiago Lima. Ela participou da manifestação — Foto: Rita Torrinha/G1

Por conta do atraso nas obras, o ano letivo nessa escola começou no mês de abril, enquanto nas demais unidades de ensino as aulas iniciaram no início de março. Para que as crianças não ficassem sem estudar, os professores relatam que a Semed providenciou, como medida provisória, a compra de ventiladores, existem dois em cada uma das sete salas de aula. Porém, os aparelhos não evitam o forte calor e os pais reclamam.

“Desde o início do ano está complicado. Meu filho vive constantemente gripado, garganta inflamada, com febre, falta muito às aulas porque tem que ter um tempo para se recuperar, mas quando volta adoece novamente”, conta a dona de casa Liliane Dias, de 33 anos, mãe do Tiago Lima, aluno do 1º período da tarde.

Professora Vilmar Rufino diz que ventiladores não amenizam o calor — Foto: Rita Torrinha/G1

A professora Vilmar Rufino, de 62 anos, confirma a reclamação da mãe. “Cada turma tem 25 alunos, mas é comum eles faltarem porque ou estão doentes ou estão desestimulados para acompanhar as aulas no calor. Quando dá 15h tá todo mundo se abanando”, relata.

Ronaldo Tavares, paii de aluno da escola Pequeno Cidadão, em Macapá — Foto: Rita Torrinha/G1

O fiscal de tributos Ronaldo Tavares também tem filho matriculado na Pequeno Cidadão e se juntou ao protesto.

“Quando venho buscar o meu filho ele está muito suado e reclama sempre. Uma situação dessa prejudica todo o processo de ensino porque as crianças não conseguem se concentrar”, ressalta.

A Pequeno Cidadão funciona nos turnos manhã e tarde, e tem 300 alunos matriculados, com idade de 5 a 9 anos.

Salas de aula não concluídas. Obras iniciaram em 2015, empresa largou serviços em abril deste ano sem finalizar — Foto: Rita Torrinha/G1

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