Sob Nikolas conciliador, comissão estreia com acordos e convite para Camilo

Sob a preocupação de a polarização engolir a discussão séria, a primeira sessão de Nikolas Ferreira (PL-MG) como presidente da Comissão de Educação foi de harmonia. Oposição e governistas até concordaram em convidar o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), para ir ao colegiado.

O que aconteceu

Nikolas abriu a sessão com um discurso de conciliação. Falou que cabe ao presidente da comissão tratar bem os dois lados: oposição e governistas. Acrescentou que os parlamentares com quem tem afinidade devem entender o papel de isenção que o cargo exige.

O primeiro assunto da pauta foi um petista chamar o ministro da Educação para ser ouvido pela comissão. Nikolas elogiou a iniciativa de Pedro Uczai (PT-SC), indicado pelo Planalto para ser interlocutor da reforma do ensino médio na Câmara.

Os demais integrantes da comissão pediram para que seus nomes constassem no convite a Camilo Santana. Apesar de aprovada, ainda não há data para a ida do ministro da Educação à comissão.

Nikolas Ferreira comanda primeira sessão como presidente da Comissão de Educação
Nikolas Ferreira comanda primeira sessão como presidente da Comissão de Educação Imagem: Felipe Pereira/UOL

Em algumas de suas intervenções, Nikolas disse que prefere "jogar como atacante", mas que no cargo precisa atuar como um magistrado. Em várias falas, deputados solicitaram que a Comissão de Educação trate das grandes questões e não caia em disputas ideológicas.

Os integrantes da comissão ajudaram a manter o clima pacífico. Foram poucas alfinetadas em Nikolas e a maioria priorizou defender a necessidade de que a discussão seja séria.

Ferrenha adversária e deputada que briga na Justiça com Nikolas, Duda Salabert (PDT-MG) afirmou que vai dar atenção a fazer uma discussão séria. Ela mencionou as divergências entre os dois, mas disse que a comissão e o tema dela exigem respeito.

O ambiente da primeira sessão foi de paz, mas a oposição está reforçando sua posição. Ela incluiu os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Bia Kicis (PL-DF) como suplentes e substituiu dois nomes do PSOL. A mudança ocorreu por meio de um acordo com o PP.

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A relação de forças não dá maioria a governistas ou oposição. Os partidos do centrão serão o fiel da balança, como acontece na Câmara em geral.

Diferentes expectativas

Antes de a sessão começar, as opiniões sobre o comportamento de Nikolas se dividiam. A situação é reflexo do histórico de embates do presidente da comissão com governistas e as polêmicas em que ele se envolveu.

Presidente da Frente Parlamentar de Educação, o deputado Rafael Brito (MDB-AL) afirmou que daria o "benefício da dúvida". Ele citou vários indicadores negativos das escolas, como escolas sem banheiro e sem água potável, para exemplificar os problemas reais a serem enfrentados.

Parlamentares governistas e da oposição se antecipavam em colocar a culpa no outro por eventuais brigas que viessem a ocorrer. Ainda que a sessão tenha sido tranquila, os dois lados diziam que os adversários são intransigentes, uma demonstração de que a paz pode não ser duradoura.

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