Por G1 Triângulo e Alto Paranaíba


Várias escolas na região estão vazias devido ao início da greve — Foto: Reprodução/TV Integração

Servidores da rede estadual de ensino de algumas cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba paralisaram as atividades nesta quarta-feira (6), aderindo ao movimento que ocorre em várias cidades de Minas Gerais.

Na região, além de Uberaba, Uberlândia e Araxá, o G1 confirmou que escolas tiveram atividades afetadas em Patos de Minas, Araguari, Capinópolis, Monte Alegre de Minas, Prata e Tupaciguara.

Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG), a categoria reivindica um plano de atendimento para 2020, o término do fechamento de turmas e turnos, além do pagamento integral do 13º salário de 2019 e do piso salarial.

O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG), que se posicionou sobre os pedidos da categoria. A pasta ainda informou que é dia letivo calendário da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais e que acompanhou, ao longo do dia, a adesão das escolas estaduais à paralisação das atividades convocada pelo sindicato que representa a categoria da educação (veja a íntegra da nota ao final da reportagem).

Adesão na região

Na regional de Patos de Minas, que conta com 63 escolas em 11 municípios, pelo menos cinco escolas que aderiram ao movimento, sendo uma na própria cidade, e outras em Varjão de Minas, Presidente Olegário e Lagoa Formosa.

Em Ituiutaba a reportagem confirmou que foram poucas adesões, mas o número não foi informado. Já em Araxá, pelo menos duas escolas aderiram ao movimento, sendo uma parcial e outra integral.

Em Uberlândia, alguns servidores estaduais que paralisaram foram para a Câmara de Vereadores para acompanhar a sessão ordinária e reforçar as reivindicações da categoria. O SindUTE-MG informou que na área da Superintendência Regional de Ensino de Uberlândia, 30% das escolas paralisaram parcial ou totalmente.

Câmara Municipal

Um dos principais assuntos pontuados durante a sessão foi a municipalização das escolas. Para a diretora do SindUte, Neusa Chagas, esse projeto é viável. "Já teve no passado escolas municipalizadas e reverteu. Estamos pleiteando que não haja esse processo. Estamos discutindo o direito do pai colocar o filho onde ele fizer a opção", afirmou.

Durante a sessão, o vereador Paulo César – PC (SD), que é presidente da Comissão de Educação Cultura e Ciência, disse que vai até a secretária de educação buscar esclarecimentos sobre a possibilidade da municipalização na cidade.

Já o vice-líder do governo na Câmara, Wender Marques (PSB), ressaltou que a Prefeitura ainda não foi comunicada sobre a municipalização da rede estadual.

Servidores de escolas estaduais paralisam e reforçam reivindicação na Câmara de Uberlândia

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Reivindicações

"A reivindicação é que os professores passem a receber no 5º dia útil, que nossos salários não continuem a serem parcelados, assim como já acontece desde 2016; que o piso nacional da Educação seja incorporado ao nosso salário", afirmou o presidente do SindUTE-MG de Uberlândia, Guilherme de Faria Graciano.

Ele também explicou que a classe é contra o projeto de lei que tira o direito das escolas elegerem os próprios diretores e contra o processo de municipalização dos primeiros anos fundamentais das escolas estaduais.

"Só que os municípios têm dificuldade de atender o próprio público. Imagina incorporar toda rede fundamental do Estado? É uma pauta muito grande de reivindicações que, ao longo desse processo, só o desgaste mesmo do Governo de MG para que ele sente e negocie com os trabalhadores".

Ainda segundo o sindicalista, foi comunicado ao governador, Romeu Zema (Novo), que a categoria está em estado de greve, podendo paralisar as atividades a qualquer momento devido ao não cumprimento dos acordos feitos anteriormente.

"Essa é uma única paralisação nesta quarta. Na quinta, as aulas voltam normalmente, porém, é necessário que ele [o governador] aponte uma solução, pelo menos um cronograma a médio prazo, que conquiste a atenção do trabalhador", acrescentou Guilherme.

Nota da SEE-MG

Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informa que o balanço apurado até o meio da tarde aponta que 91% das escolas estaduais tiveram funcionamento normal ou parcial nesta quarta-feira (6/11), em razão da paralisação das atividades convocada pelo sindicato que representa a categoria da educação.

Em relação às reivindicações da categoria, a SEE/MG esclarece que o Plano de Atendimento é uma ação que acontece anualmente na rede estadual de ensino e tem como objetivo a organização das escolas para atendimento e garantia de vaga aos estudantes no ano subsequente. Trata-se de um trabalho da SEE/MG, considerando a demanda por vagas, os espaços físicos, etapas da educação e a localização geográfica de cada unidade escolar, buscando a qualidade da aprendizagem dos alunos. A Secretaria salienta, ainda, que serão garantidas vagas para atender a demanda de todos os estudantes.

Sobre a municipalização, a SEE/MG afirma que a medida atende a uma demanda das próprias prefeituras e foi realizada em 13 escolas dos seguintes municípios: Andrelândia, Conceição do Mato Dentro, Itamarandiba, Aimorés, Guanhães, Itajubá, Ribeirão das Neves, Carmo do Rio Claro, Caetanópolis, Ervália, Guiricema, Ubá e Campanha. Ou seja, a municipalização dessas unidades de ensino está sendo realizada em diálogo com os órgãos municipais, em atendimento a um pedido dos prefeitos à Secretaria de Estado de Educação.

É importante salientar que esse processo de transição será acompanhado de perto pela SEE/MG, que oferece, além do apoio pedagógico aos municípios que passarão a administrar essas unidades e o suporte de infraestrutura.

Em relação ao pagamento do 13º salário e ao piso salarial dos professores, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) dará as informações após a reunião com a categoria, que terá início às 17h.

Professores da rede estadual protestam durante sessão da Câmara de Uberlândia

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