Edição do dia 08/08/2017

08/08/2017 13h58 - Atualizado em 11/08/2017 10h26

Série debate a tecnologia em sala de aula e no combate ao bullying

Ponto de partida da segunda reportagem é uma pesquisa do movimento Todos Pela Educação feita em escolas públicas e particulares.

Hélter DuarteRio de Janeiro

Todo mundo sabe que a escola abre as portas do mundo do conhecimento. Durante anos, a gente vai se preparando para enfrentar a vida, mas será que a escola está aberta para o que acontece lá fora? Para o que está acontecendo agora?

Em um planeta cada vez mais conectado, como é que alguém pode se sentir preparado sem dominar a tecnologia?

O Ministério da Educação informa que 97% das escolas públicas de Ensino Médio têm computadores para alunos e 74% delas têm internet de banda larga. Mas ter é uma coisa e fazer uso disso na sala de aula é outra bem diferente.

Em uma escola estadual no Rio de Janeiro, as coisas são diferentes. É uma escola pública, mantida por uma empresa de telefonia. O estado dá os professores e a companhia mantêm o prédio, todo tipo de equipamento de informática e até de áudio e vídeo.

“As aulas do técnico são intercaladas com as aulas do regular. Hoje em dia, a tecnologia é parte do dia-a-dia desses alunos, não tem como a gente brigar com a tecnologia. A gente utiliza ela a nosso favor”, diz Letycia Moreira Cardoso, professora de multimídia.

A escola existe no Rio há 9 anos, mas o mesmo projeto funciona no Recife há mais tempo, 11 anos. Mil alunos de Ensino Médio estão matriculados nas duas escolas.

A escola tem até um estúdio para os alunos gravarem programas de TV. Em termos de escola pública é outro mundo e o horário é integral.

“A nossa taxa de evasão é baixa. Baixíssima, perto de zero pode se dizer. Os alunos ingressam muito na universidade por opção. Aqueles que optam por ingressar na universidade, a maioria tem sucesso nisso”, explica Andrea Louzada Azevedo, diretora adjunta da escola.

E a tecnologia pode ajudar até no combate a uma praga! O bullying é uma praga mesmo e uma preocupação forte de quem está no Ensino Médio. “Eu já passei por isso. Ficar um ano fora da escola sem muita ajuda dos amigos, só da família. É muito difícil.  Eu passei um ano inteiro em depressão por causa de escola, por causa de vários motivos dentro da escola”, conta a estudante Juliana Ferreira Gazolla, 16 anos.

Mas e se a gente pudesse ver o outro por dentro? Essa é a proposta do projeto Edupark, que vai levar essa experiência a escolas públicas. Todo mundo de óculos, começa em filme em 3D!

O filme conta a história de jovens que inventaram um óculos que mostra o que as pessoas estão sentindo. Depois dele, os alunos respondem a um questionário sobre bullying, pelo controle remoto e ninguém precisa se identificar. 

“A escola pega esse relatório e vê os alunos que sofrem e os que não sofrem, acontece no refeitório, acontece no corredor. Aí fica mais fácil para a escola traçar um plano de ação e resolver o problema”, conta Andreia Ghelman, coordenadora do projeto da fundação EduPark.