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Sem escolas, 85 milhões de crianças têm alimentação afetada na América Latina

25/03/2021 23h30

San Salvador, 25 mar (EFE).- O fechamento de escolas para tentar impedir a disseminação do novo coronavírus afetou programas de alimentação escolar que beneficiam cerca de 85 milhões de crianças na América Latina, de acordo com relatório da organização internacional Educo divulgado nesta quinta-feira em El Salvador.

O documento indica que entre os beneficiários destes programas estão 10 milhões de crianças de "famílias vulneráveis", para as quais "a merenda escolar é a principal fonte de segurança alimentar e nutricional".

Além disso, o estudo intitulado "COVID-19: Impacto da pandemia e suas consequências na educação", alerta que esse número de crianças que dependem da alimentação escolar "pode aumentar devido às consequências econômicas da pandemia".

Ele destaca que os governos da região "criaram mecanismos para assegurar a continuidade dos serviços" com a entrega de sacos com alimentos, transferências de dinheiro ou vouchers permutáveis por alimentação, além do desenvolvimento de "esforços para oferecer aulas pela televisão e Internet".

No entanto, a Educo destaca no documento, que "as medidas foram insuficientes para atingir amplos setores da população vulnerável que, na ausência de conectividade e ferramentas adequadas, não têm se beneficiado do ensino à distância".

Da mesma forma, a organização destaca que "a exclusão digital tem sido decisiva na exclusão de alunos com menos recursos".

Ela ressalta que na América Latina "metade dos menores de idade escolar entre os 3 a 17 anos não tem acesso à internet em casa e há grandes diferenças de acesso por classe social".

O relatório especifica que na Bolívia e em El Salvador, apenas 4% das famílias "em situação de pobreza" têm Internet em casa, enquanto entre "as mais ricas a taxa é de 34% e 38%".

Da mesma forma, o estudo estima que o número de trabalho infantil "pode aumentar em até 300 mil (casos) devido ao impacto devastador da pandemia".

A Educo também alerta que "a exploração sexual aumentou durante a pandemia, aproveitando a situação de vulnerabilidade das famílias" na América Latina.

Para a organização, "a escola é um espaço seguro" para crianças e adolescentes, visto que "lá eles correm menos risco de sofrer todo tipo de violência" e "quando saem da escola correm o risco de serem vítimas de trabalho infantil, tráfico, casamento ou gravidez precoce".