Por Educação Adventista


Seu filho e 65% dos estudantes que estão no Ensino Fundamental hoje irão atuar em carreiras que não existem, isto se estiverem aptos para assumirem estas posições! Observe a menção “carreiras” porque, ao falar em mercado de trabalho, os conceitos emprego e empresa também estão em profunda transformação.

Se estas carreiras ainda não foram criadas, como é possível se preparar? Esta reportagem mostra os pontos que os pais e escolas precisam estar atentos para que as crianças e adolescentes de hoje tenham emprego amanhã.

Aos 18 anos, Pedro Guilherme de Sousa Rodrigues já é empresário, coordena uma equipe de seis profissionais e contrata outros quando o projeto exige mais gente. Há um ano, quando concluiu o ensino médio no Colégio Adventista de São Luís, ele não só sabia o que queria como já tinha começado a carreira na área de mídias digitais e fotografia. A fotografia havia virado uma paixão desde que participou de um programa vocacional na escola.

“Minha mãe é professora e meu pai é analista de sistemas, o que me ajudou em muitos projetos. Só que para ele uma pessoa de sucesso é a que faz uma faculdade e tem um emprego em uma empresa boa. Ambos nunca pensaram que eu poderia ser o dono da empresa boa”, diz Pedro, hoje proprietário da Agência Digital Meros.

Além da preocupação com a estabilidade financeira, a família de Pedro lidou com outra novidade. É que a área profissional em que ele atua surgiu na última década e fica complicado para quem é de outra geração entender como ele ganha a vida. O interessante é que, mesmo com tão pouco tempo de carreira, Pedro já pode falar: “Quando eu comecei a trabalhar, isso ainda não existia...”: Efeitos e realidade aumentada, por exemplo, não eram liberados para serem desenvolvidos por usuários do Instagram e agora ele cria e comercializa estes produtos. Provavelmente, você já ouviu falar em Metaverso e o jovem empresário já está de olho na novidade para oferecer aos clientes.

Com tantas mudanças acontecendo e de maneira rápida, existem profissões que desaparecem e outras que mudaram completamente. Vale ressaltar que as carreiras que estão sendo extintas não necessariamente são atividades braçais: dois terços delas são carreiras de “colarinho branco”, que são carreiras majoritariamente exercidas em escritórios.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial é fato que 85 milhões de empregados serão substituídos por máquinas, por causa da automação, entretanto 97 milhões de postos de trabalho serão abertos nas áreas compatíveis com a chamada quarta revolução industrial.

Não é que robôs vão roubar o emprego do seu filho, mas a próxima geração encontrará um mercado de trabalho carente de profissionais capazes de construir inteligência artificial e de dizer às máquinas o que elas precisam fazer, determinando também o que fazer com o resultado. E é aí que entram as habilidades que cada estudante precisa desenvolver.

O estudioso sobre futuro e escritor Avi Goldfarb diz que “a combinação de um bom treinamento em ciências da computação, para saber como as máquinas funcionam, com um excelente entendimento de humanidades e ciências sociais” são primordiais.

O que seu filho precisa aprender agora

Há habilidades que são natas em alguns indivíduos, mas elas podem ser aprendidas, desenvolvidas e potencializadas, e a escola tem um papel primordial nesse processo. “É importante que os alunos tenham sucesso no ENEM e entrem nas melhores universidades. Só que trabalhando as competências gerais e as socioemocionais juntas, desde as séries infantis, é possível entregar para o mercado pessoas que serão bons profissionais em qualquer carreira. É esse o grande diferencial que o pai precisa olhar antes de escolher uma escola”, explica a pedagoga Clarimeri Martendal, coordenadora pedagógica regional da Educação Adventista.

Ao invés de uma educação baseada em conteúdos, o Brasil precisa migrar para uma educação baseada em conteúdos mais competências. O relatório do Banco Mundial, chamado A natureza mutável do trabalho, aponta que a escola precisa investir em conhecimentos e competências que serão demandados pelo mercado de trabalho, seja quais forem os rumos dele. De acordo com esta pesquisa, isso tem a ver tanto com as habilidades técnicas, da formação acadêmica, quanto com o desenvolvimento pessoal.

Na ponta de cá, a ManpowerGroup, multinacional de consultoria de recursos humanos, diz que, na mesma proporção que experiência e conhecimento técnico são procurados em um profissional, as habilidades como criatividade, inteligência emocional, flexibilidade e capacidade de aprendizagem já são analisadas nos currículos, e elas ganharão ainda mais relevância no futuro.

Pedro Guilherme de Sousa Rodrigues encerrou o Ensino Médio já como empresário. — Foto: Davi Ferreira Silva, fotógrafo da Agência Meros

O Pedro, personagem desta reportagem, diz que é bastante autodidata e que isto faz com que ele consiga migrar para diversos ramos, como por exemplo a administração da própria empresa e de uma loja de roupas, da qual é sócio. Outras habilidades, como a organização e a liderança, que ele desenvolvia desde os trabalhos escolares, têm muito peso no sucesso hoje, ele garante.

Assim como o mercado de trabalho está em mudança, a educação está em transformação, buscando soluções. Estas habilidades agora são desenvolvidas pelos alunos na escola onde o Pedro estudou, através do Espaço Maker. O programa trabalha a criatividade, onde o estudante coloca a “mão na massa”, testando, experimentando, descobrindo, construindo e inovando. Os projetos interdisciplinares desenvolvidos no colégio focam no desenvolvimento das 15 habilidades esperadas pelo profissional do futuro, divulgadas no Fórum Econômico Mundial, que você vê no infográfico abaixo.

Infográfico: 15 habilidades esperadas pelo profissional do futuro — Foto: Divulgação

Educação Adventista

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