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A professora Renata Iziliani Cherubim orienta alunos em Matão — Foto: Rodrigo Sargaço/EPTV
A cada 10 jovens pretos de 19 anos no país, apenas seis concluíram o ensino médio. É o que mostra um levantamento do Todos Pela Educação, com base em dados do IBGE, entre 2012 e 2022. A análise considera adolescentes de 15 a 17 anos que frequentam ou já concluíram esta etapa de ensino.
Apesar de o número ter dobrado desde 2012, quando apenas 3 a cada 10 jovens pretos na faixa etária tinham concluído a etapa de ensino, a taxa ainda é significativamente menor do que a de jovens brancos da mesma idade (veja o gráfico abaixo).
Entre os pardos, no ano de 2012, quatro a cada 10 jovens tinham ensino médico completo, marca que evoluiu para seis a cada 10 em 2022.
Apesar da discrepância na conclusão do ensino médio, os números que demonstram o abismo entre os estudantes brancos dos pretos e pardos vêm desde o ingresso na etapa de ensino.
Somente no ano passado os indicadores alcançados pelos jovens pretos e pardos ficaram em níveis semelhantes aos que alunos brancos já tinham 10 anos antes.
Para Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação, a desigualdade étnico-racial ainda é algo muito presente no sistema educacional no país, apesar dos avanços.
“Os números revelam o resultado de um ciclo de exclusão de jovens pretos e pardos que, no contexto educacional, também é determinado por décadas de ausência de políticas intencionalmente voltadas à equidade das relações étnico-raciais. Ao deixar para trás um enorme contingente de estudantes, as políticas educacionais não atingem sua finalidade de promover Educação de qualidade para todos. Os dados demonstram a urgente necessidade de ações voltadas à equidade racial, que somente serão efetivas se houver real comprometimento das lideranças políticas e de gestores públicos”, conclui.
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Jovens negros estão 10 anos atrás dos estudantes brancos no ensino médio, diz IBGE