A diversidade de saberes abrilhantou a segunda edição do Festival LED — Luz na Educação, que bateu recorde ao reunir seis mil pessoas dispostas a refletir sobre o ensino. Foram 176 atividades diferentes, na última sexta-feira e sábado, como palestras, exposições, workshops, oficinas e experimentações. Com a presença de especialistas renomados do Brasil e do exterior, o evento iluminou o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio (MAR), ambos no Centro do Rio de Janeiro, com ideias transformadoras para o ensino de crianças, jovens e adultos.
— Esse é um projeto que nos enche de orgulho. O festival tem uma mágica, do olho no olho, do encontro, da conexão. Trouxemos a educação para o centro da conversa — afirmou Viridiana Bertolini, gerente de Valor Social da Globo.
Ao todo, 151 palestrantes contribuíram para o debate sobre o futuro da educação. Entre os grandes nomes, estavam a socióloga americana Patricia Hill Collins, uma das mais influentes pesquisadoras do feminismo negro nos EUA, e a consultora estratégica Priya Parker, autora do livro “A arte dos encontros”. Entre os brasileiros, a diversidade de experiências reuniu do youtuber Felipe Castanhari à escritora Martha Gabriel, referência multidisciplinar da América Latina nas áreas de negócios, tendências e inovação.
Os dois dias do evento foram encerrados com atrações no Palco Alerta Experimente Multishow.
Desafio coletivo
Realizado pela Globo e Fundação Roberto Marinho, em parceria com a plataforma Educação 360 — Conferência Internacional de Educação, da Editora Globo, o Festival LED tem patrocínio da Invest.rio e apoio de Fundação Bradesco, Claro e Estácio.
Na última sexta-feira, o Museu do Amanhã reuniu mais de 400 pessoas para um papo sobre o desafio coletivo de promover uma educação de qualidade no Brasil. A mesa teve a participação do professor e diretor de Políticas Públicas da Fundação Santillana, André Lázaro; da atriz da TV Globo Elisa Lucinda; e da historiadora Lilia Schwarcz, com mediação da atriz e apresentadora Regina Casé, que fez uma reflexão sobre o festival:
— A educação no Brasil não é só problema. O LED mostra isso. Também são sonhos — disse ela.
Afirmando que a valorização dos professores é a chave para a mudança, André Lázaro comemorou a marca histórica de que, pela primeira vez, o país tem 52% dos brasileiros com mais de 25 anos com ensino básico completo, segundo dados do IBGE. Contudo, ele lembrou os desafios da formação dos docentes no Brasil e ressaltou ainda o baixo estímulo à profissão, devido à precariedade de salários.
— Os professores fazem muito para a educação, mas hoje a remuneração de um docente da educação básica representa apenas 80% das demais remunerações de quem tem a mesma rotina de trabalho. Precisamos mudar esse cenário e motivar a juventude para assumir essa atividade de professor, que precisa ser reconhecida — apontou.
A juventude também foi tema de conversa entre o professor do Centro Federal de Educação Tecnológica Carlos Artexes; a vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) do Rio, Juliana Gomes; e o diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto, que trataram sobre os percalços da proposta do Novo Ensino Médio e a importância de um currículo profissionalizante.
Vídeos disponíveis
Todas as palestras do festival podem ser acessadas no Globoplay, na área de conteúdos educacionais criada exclusivamente para o Movimento LED. A plataforma traz ainda outros 80 vídeos divididos em cinco classificações: Educação Antirracista, Educação Ambiental e Climática, Paz nas Escolas, Educação Midiática e Tecnologia e Inovação.