Secretário olavista e evangélico à frente da Capes são cotados para o Ministério da Educação

Bolsonaro é pressionado a manter pasta sob comando de ala ideológica, mesmo após saída de Weintraub

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Brasília

​Com a iminência da saída de Abraham Weintraub do MEC (Ministério da Educação), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido pressionado a manter a pasta sob o comando da ala ideológica e olavista de apoio ao governo.

A expectativa, já nos corredores do MEC, é que Weintraub deixe o cargo ainda nesta semana. A opção mais forte até agora é que um funcionário do ministério assuma a pasta de modo interino até a definição do novo ministro.

Bolsonaro tem procurado ser cauteloso com a demissão de Weintraub para não passar a seus apoiadores um sinal de que admite um erro do governo. Criticado por educadores e sem liderança no tema, Weintraub conta com simpatia da militância mais afinada a Bolsonaro.

O secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim​, é o principal nome que circula no grupo de bolsonaristas mais ideológicos.

Nadalim chegou ao cargo por indicação do escritor Olavo de Carvalho ainda na equipe do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez —quando este foi demitido, também houve campanha para que Nadalim fosse nomeado ministro.

O governo não ignora o desgaste de insistir com um olavista; os acenos ideológicos de Weintraub culminaram na atual crise com o STF (Supremo Tribunal Federal).

Nome forte na militância, Nadalim não tem, por outro lado, nem apoio de militares, nem respaldo do Congresso —partidos do centrão, que agora apoiam o governo, também articulam para emplacar o substituto.

Outra nome que tem ganhado força é o do presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Benedito Aguiar.

Com histórico acadêmico, ele conta com simpatia da bancada evangélica e ainda tem certa proximidade com o ministro do STF Alexandre de Moraes, que lecionou no Mackenzie quando Aguiar foi reitor da universidade.

Aguiar já foi presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras) e da Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas.

Também são avaliados, ainda dentro do MEC, a secretária de Educação Básica, Ilona Becskeházy, e o secretário-executivo Antonio Vogel. Ambos são vistos mais como opções temporárias.

Ilona tem apoio de olavistas e do próprio Nadalim. Vogel foi o responsável pela escolha da maioria da equipe de Weintraub e, como número dois da pasta, teria condições mais seguras de continuidade dos trabalhos.

O presidente gosta de seu chefe da Educação, mas tem sido convencido por seus ministros de que a manutenção de Weintraub prejudica o governo e intensifica a crise com outros Poderes, principalmente com o STF.

Em reunião ministerial de 22 de abril, Weintraub defendeu prisão de vagabundos, a começar pelo STF. O ministro voltou a reafirmar o posicionamento em manifestação no fim de semana, episódio que provocou desgaste considerado irreversível.

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