Por G1 Rio


Em dois dias seguidos,meninas são vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio

Em dois dias seguidos,meninas são vítimas de balas perdidas na região metropolitana do Rio

O secretário municipal de Educação, Cesar Benjamin criticou, nesta quarta-feira (5), as operações policiais realizadas no Rio. Ele pediu uma ação ao Ministério Público estadual contra a Polícia Militar. O pronunciamento aconteceu após a morte de Vanessa dos Santos, de 10 anos, morta na terça após ser atingida por um disparo no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte da cidade. A declaração levou à uma reação do corporação através de seu porta-voz, o coronel Ivan Blaz.

"Nós reunimos, eu acho que, com todos os comandantes de batalhões do Rio de Janeiro. Se faltou algum é uma excessão. Reunimos com o comando da Polícia Militar . Tentamos estabelecer o diálogo levando uma agenda mínima da Educação. Essa agenda mínima é: não atacar as escolas, não estacionar o caveirão (veículo blindado) nas escolas, não atacar no horário de saída e chegada. Mas, infelizmente, essa agenda mínima, que nós queríamos transformar num protocolo comum entre a Educação e a Segurança, não prosperou. Estamos acionando o Ministério Público para agir com uma ação criminal contra ações criminosas da polícia, reclamou o secretário Cesar Benjamin.

A PM responde às críticas

"O senhor César Benjamin tem que se comportar como um gestor público. Chefe de uma pasta muito importante para a cidade do Rio. Ele tem que sentar com outros órgãos públicos para buscar melhorias para a população e não fazer da sua pasta um palanque político, fazendo ataques vazios. Esse policiamento foi atacado. Os tiros vinham de trás da casa onde estava a menina Vanessa. O tenente Márcio Luiz (atingido no ombro) entrou na casa. Quando eles estavam no interior da casa, a menina foi atingida por tiros disparados por criminosos que estavam do lado de fora", relatou o coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM do RJ.

A informação do coronel é diferente da nota divulgada pela assessoria das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). De acordo com a nota, o tenente não viu a menina Vanessa e nem entrou na casa dela, sendo atingido na porta "ao tentar entrar na residência".

"O oficial, que portava apenas um fuzil no momento da ação, durante um deslocamento para checar a reforma da base avançada na localidade Boca do Mato, ele e a equipe foram alvos de disparos de criminosos que estavam na parta alta da comunidade, mas não revidaram. Ao seguirem para localizar os bandidos, o tenente foi alertado por uma moradora sobre uma movimentação suspeita próximo à casa. Ao tentar entrar na residência, ele foi alvejado por três disparos de pistola no colete efetuados do interior da casa. Ao se virar para proteger duas mulheres que estavam do lado de fora e se identificaram como parentes da criança, o mesmo foi atingido por outros dois tiros nas costas, também de pistola, sendo um no ombro e outro também no colete. O tenente ressalta que não viu a menina nem o suspeito em nenhum momento do ataque", informou a nota da UPP.

O sorriso de Vanessa

Vanessa dos Santos, de 10 anos, era caçula de três irmãos. Morava com a mãe na comunidade Boca do Mato, no Complexo do Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. A menina foi baleada em casa, logo após chegar da escola.

Diretor da Escola Municipal José Eduardo de Macedo Soares, no Lins de Vasconcelos, Carlos Antônio de Matos se mostrou emocionado com a morte da menina.

"Muito carinhosa, bastante afetuosa mesmo, cumpridora das suas obrigações, a gente está assim muito sensibilizado, porque era uma menina estudiosa. Tinha conceitos bons, uma família muito presente à escola. Estávamos, inclusive, ontem ensaiando. A gente está assim às vésperas da festa junina da escola. Agora a gente já cancelou, claro né. Ela estava muito feliz, participando das atividades. Saiu no horário dela que era às 14h30", contou.

Ontem, depois da escola, Vanessa foi para casa, onde acabou baleada.

"Minha filha era maravilhosa, sabe, perfeita, vaidosa, com 10 anos se arrumava sozinha, super educada, super alegre é o que eu vou guardar da minha filha. Os momentos felizes. O sorriso dela", disse Leandro dos Santos, pai de Vanessa.

A Divisão de Homicídios tenta descobrir quem são os responsáveis pelos disparos.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1