Rio
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Por Cíntia Cruz — Rio de Janeiro

Os gêmeos Lara e André, de 13 anos, são do candomblé desde que nasceram. A avó materna e seus pais são iniciados na religião e, em janeiro, será a vez de os irmãos se iniciarem. O receio da vendedora Bruna Rocha, de 39 anos, mãe dos adolescentes, é de que eles sofram algum tipo de preconceito no retorno do ano letivo.

— Para o ano que vem, com a graça de Pai Oxalá, meus filhos vão se iniciar: minha filha, iaô (pessoa que passa pela cerimônia de feitura do santo), e meu filho, ogan (aquele que toca, canta e auxilia o sacerdote nos rituais religiosos). Durante um período, eles vão para a escola todos de branco, com a cabeça coberta, com os objetos sagrados, como fios de miçanga, contraegum (fios trançados feitos de palha). Ela vai com a cabeça raspada. Isso me preocupa um pouco — declara Bianca, que já sofreu com a intolerância religiosa quando criança.

Lara e André estudam no Colégio Estadual Professora Alzira dos Santos da Silva, em São João de Meriti, e, felizmente, nunca sofreram preconceito religioso na escola. Na unidade e em todas as outras 1.232 da rede, a partir do início do ano letivo de 2023, as comunidades escolares vão conhecer a Cartilha Contra Intolerância Religiosa.

O documento de 36 páginas é bem didático e explica diversos assuntos e termos relacionados à intolerância religiosa, como proselitismo religioso, racismo religioso, liberdade de expressão, as consequências da intolerância religiosa e como combatê-la, entre outros. No final, há sugestões de atividades para serem desenvolvidas em sala de aula.

— Assim que começar o ano letivo, vai começar a capacitação de multiplicadores e de professores da rede para que saibam lidar com situações de intolerância religiosa. Num segundo momento, vamos utilizar nas escolas na rede — explica a assessora especial de Ensino Religioso da Secretaria estadual de Educação (Seeduc), Daniela Pereira Vasques.

Na cartilha, um dado de 2020, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, mostra que as religiões de matriz africana são as mais atacadas no estado, com 91,7% dos casos, sendo 41,7% do candomblé e 45,8% da umbanda.

A cartilha foi lançada ontem pela pelas secretarias estaduais de Educação e de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Ela integra o Projeto Educação+Humana, que será desenvolvido na rede estadual no ano que vem, em atendimento à lei estadual 9.210/21, que institui, no estado do Rio, a política de combate à intolerância religiosa no ambiente escolar.

Segundo as secretarias, o material pretende levar o tema para o currículo escolar de toda a rede, com ações afirmativas propostas por técnicos de ambas as pastas e com colaboração dos alunos. O objetivo da cartilha é promover o diálogo de maneira que os estudantes entendam a importância do respeito pela religião alheia e desenvolvam consciência sobre o tema.

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