Educação
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Por O Globo — Rio

O Ministério da Educação finalizou uma portaria para suspender o cronograma de implementação do novo ensino médio. O documento deve ser assinado pelo ministro Camilo Santana nos próximos dias e interrompe a implementação no primeiro e segundo ano da etapa ainda em 2023, além de suspender a necessidade de adaptação do Enem ao novo modelo até 2024.

Abaixo, dois artigos apresentam as principais correntes do que especialistas devem para corrigir os rumos dessa etapa escolar. De um lado, há os que apoiam a revogação completa para a construção de outro modelo. Do outro, os que apoiam ajustes estruturais e de implementação do novo ensino médio.

A reforma do ensino médio é indefensável, e deve ser revogada*

A reforma do ensino médio caiu sobre as escolas públicas do país como uma bomba. Pulverizou currículos, jornadas escolares, rotinas de trabalho e procedimentos administrativos de registro escolar e de atribuição de aulas.

Em escolas estaduais sem infraestrutura, estudantes e professores tentam dar sentido a centenas de novas disciplinas sem conteúdos e com ementas esdrúxulas. Apoiam-se mutuamente e fazem o possível para lidar, respectivamente, com a fadiga pela intensificação do trabalho docente e com o desalento pela aniquilação do acesso ao conhecimento via educação formal.

Já deveria ser óbvio que, a despeito do adjetivo, o “Novo” Ensino Médio é um retrocesso. É inclusive pior que o modelo anterior, como é possível constatar fazendo uma leitura honesta das pesquisas e escutando quem está vivendo o caos nas escolas públicas do país.

A revogação é a única possibilidade para uma reforma educacional de vastas proporções que não prevê a construção de uma única sala de aula, a melhoria de salários, carreiras e condições de trabalho docentes, nem uma política que garanta o acesso dos estudantes mais pobres às festejadas escolas de tempo integral. É uma reforma indefensável, deliberadamente desenhada para aprofundar desigualdades educacionais.

*Fernando Cássio é doutor em Ciências pela USP e professor da UFABC. Integra a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) e o comitê diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. É o atual presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal do ABC (ADUFABC).

Freio de arrumação no Novo Ensino Médio é necessário, mas é preciso ir além**

É muito positivo que o ministro Camilo Santana tenha anunciado o adiamento das adequações do Enem ao Novo Ensino Médio, que deveriam ocorrer já no próximo ano. Professores e estudantes vêm apontando a urgência de respostas para problemas que estão nas salas de aula hoje. O momento exige mesmo um freio de arrumação.

Não podemos perder de vista que a essência do Novo Ensino Médio deve ser defendida e efetivada: a expansão da educação integral e a diversificação de itinerários com objetivo de aprofundamento do aprendizado dos jovens. Para isso, é preciso corrigir algumas normativas importantes, como a alteração do teto de horas na formação geral básica e a melhor definição dos itinerários. Além disso, para ser um verdadeiro novo Ensino Médio, é fundamental que o MEC assuma compromissos em relação a diversos outros pontos, como as melhorias substantivas na infraestrutura das escolas e maior apoio aos professores.

Ver o Ministério da Educação reassumindo a coordenação nacional sobre o tema, após quatro anos de descaso no governo Bolsonaro, é um alento.

**Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do Todos Pela Educação

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