Por Viviane Sousa, GloboNews


VÍDEO: Levantamento mostra que retomada da economia está favorecendo classes econômicas mais altas

VÍDEO: Levantamento mostra que retomada da economia está favorecendo classes econômicas mais altas

A recuperação econômica no Brasil está favorecendo as classes mais altas da sociedade e deve levar mais 1,2 milhão de famílias à pobreza, aumentando ainda mais a desigualdade no país. A conclusão faz parte de uma projeção feita pela Tendências Consultoria, com com base em dados do IBGE, Ministério da Economia e Ministério da Cidadania, obtido com exclusividade pela Globonews.

A principal causa do aumento no número de famílias nas classes D/E é a maior desocupação entre os menos escolarizados, sobretudo entre aqueles que tinham trabalho informal.

O Auxílio Emergencial, apesar de ter o valor mais baixo este ano, vai evitar uma queda ainda maior na renda do brasileiro e projeções ainda mais negativas para o curto prazo. O reajuste do salário mínimo abaixo da inflação e a baixa expectativa de recuperação mercado de trabalho também influenciam na redução da renda do brasileiro, que deve sofrer um recuo de 2,9% em 2021.

Percentual de domicílios por Classe Social — Foto: Economia G1

Grupos favorecidos

De acordo com a consultoria, a desigualdade vai aumentar neste período de retomada porque alguns grupos estão da sociedade estão sendo mais favorecidos. O primeiro deles é a elite do funcionalismo público, porque os efeitos da crise e as oscilações da economia não interferem nos salários e outros benefícios.

Os grandes empregadores, que têm a renda atrelada aos ganhos de suas empresas, também estão sofreram os primeiros impactos da crise causada pela pandemia. De acordo com o economista responsável pelo estudo, Lucas Assis, os donos de negócio buscam recuperar o padrão histórico de lucro, antes de reajustar salários de empregados e recontratar.

Os efeitos da retomada demoram mais para chegar aos trabalhadores. O economista afirma que é preciso ter uma agenda que enfrente, de forma eficiente, a questão do desemprego, além de políticas de combate à desigualdade que vão além da renda.

O ingresso no mercado de trabalho é o principal meio de redução da pobreza, mas é o suficiente para superá-la: combater a desigualdade passa por questões como saúde, educação, moradia e saneamento. Dadas essas condições, os brasileiros mais pobres não ficarão à mercê dos ciclos econômicos.

Renda em 2021

A renda mensal das famílias das Classes D/E deve ser inferior a R$ 2,7 mil, enquanto que da Classe C deve ficar entre R$ 2,7 mil e R$ 6,5 mil, da Classe B entre R$ 6,5 mil e R$ 20,4 mil. Já a renda da Classe A será superior a 20,4 mil mensais.

Renda mensal por classes em 2021 — Foto: Economia G1

As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram a maior alta na renda em 2020, por conta do Auxílio Emergencial. Com a redução, as duas regiões terão as maiores quedas na renda em 2021, o que deve aumentar a desigualdade regional no país.

Variação na renda por região — Foto: Economia G1

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