Relator-geral do Orçamento de 2022, o deputado Hugo Leal (PSD-RJ) lamentou nessa segunda-feira (24) a decisão do presidente Jair Bolsonaro (PL) de cortar parte dos recursos que seriam destinados ao INSS neste ano. O órgão teve uma perda de R$ 988 milhões, que seriam usados na administração, gestão e processamento de dados da unidade.
O parlamentar do PSD desembarcará nessa terça-feira (25) em Brasília e já iniciará reuniões e negociações sobre os vetos do presidente na peça orçamentária. Leal se encontrará com membros da Casa Civil e do Ministério da Economia, além de restabelecer contato com os demais integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso.
“Acho que tem que ver um aspecto positivo: o volume de recursos cortados foi pequeno na dimensão do orçamento que fizemos. Mesmo sendo menor, ele cortou quase R$ 1 bilhão do INSS. Fizemos um reforço para que o órgão pudesse atender mais gente, ampliar o número de servidores. Precisamos desrepresar. Tem processos abertos desde 2020. Temos demanda reprimida enorme. O INSS precisa voltar a funcionar”, disse Leal.
Ao Valor, ele explicou que técnicos do INSS fizeram plano de logística junto com ele e com integrantes da equipe econômica, o que foi determinante para que o Congresso definisse o valor que deveria ser destinado para o órgão neste ano. “Governo pegou e cortou, e disse que subestimei as despesas de pessoal. Isso é mentira”, afirmou Leal.
Após conversar com técnicos da área, houve o entendimento de que seria necessário aumentar os recursos para o INSS neste ano, especialmente para destravar os benefícios que estão em análise há muito tempo.
O relator-geral do Orçamento também demonstrou preocupação com os cortes realizados na área de educação, cidadania e das emendas de comissão. “Preocupa muito, porque tudo isso é fruto de acordo. O orçamento é peça que tem que ter consenso.”