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Relator da BNCC diz que esta política irá impactar a educação por até 30 anos

Ensino religioso será reincorporado à BNCC, diz reitor da Universidade Católica de Brasília

15 set 2017 - 17h36
(atualizado em 16/9/2017 às 06h47)
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Um dos relatores da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no Conselho Nacional de Educação (CNE), professor Joaquim José Soares Neto, comentou alguns trechos do trabalho na abertura do Seminário 'Desafios Contemporâneos da Educação Básica', realizado pela União Brasileira de Educação Católica (UBEC) para cerca de 300 educadores de várias partes do país, em Brasília.

Outro destaque da cerimônia de abertura foi a fala do reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), professor Gilberto Gonçalves Garcia. Ele disse que "o sentimento da comissão de educadores que discute o ensino religioso na escola pública é que o ensino religioso (não confessional), de fato, vai se reincorporar à BNCC. O Ministério da Educação, via a Secretaria Executiva, sinaliza apoio a este movimento".

BNCC vai impactar educação por até 30 anos

A Base Nacional Comum Curricular é um documento normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica.

"A BNCC vai impactar a educação no Brasil pelos próximos 20 ou 30 anos", afirmou. Disse que a BNCC é "uma política pública de alta saliência na opinião pública". Um dos maiores desafios do CNE é o de apresentar um resultado que estabeleça a "pacificação" entre as diferentes correntes que defendem propostas de bases curriculares.

"Há certas radicalizações. O Conselho é órgão de Estado e trabalha para oferecer instrumento educacional de pacificação, para enviar sinais muito fortes de convívio pacífico entre as diferenças de todo tipo que nossa sociedade tem. A convivência pacífica é um ponto essencial dessa política pública", resumiu.

Estudantes da área rural equivalem à população da Suécia

Soares Neto disse que 50 milhões de crianças serão impactadas pela BNCC, sendo 7 milhões estudantes nas áreas rurais. "Esse número de 7 milhões equivale à população da Suécia", comparou.

Ele evidenciou que há diferenças de condições de ensino entre escolas urbanas e rurais, com maiores efeitos negativos - precariedade do ensino e da infraestrutura escolar - sobre os alunos das rurais. O professor salientou que a BNCC terá que obter a equidade de condições, cabendo aos sistemas educacionais estaduais, municipais e às escolas seguir a BNCC e, também, aproveitar espaços para criar uma "parte diversa", especialmente para atender às questões culturais - e outras - específicas de cada localidade ou região.

"A BNCC não é uma base mínima; é uma base comum. O currículo pode ser desenvolvido pelos sistemas educacionais e pelas próprias escolas", afirmou.

Seminário da UBEC

Com a proposta de realizar uma reflexão sobre as novas demandas dos alunos e o uso de novas tecnologias como ferramenta de aprendizagem e promover o debate da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o seminário "Desafios Contemporâneos da Educação Básica" reúne mais de 200 pesquisadores, professores e representantes de instituições de ensino em Brasília. O evento faz parte do programa de formação continuada de educadores sobre as mudanças nos níveis de ensino no país e abre espaço para a troca de experiências entre os participantes.

A Educação Básica vai muito além apenas dos professores e alunos do ensino fundamental. Ela abrange também a educação superior. Para o reitor da Universidade Católica de Brasília, Gilberto Gonçalves Garcia, o desafio do ensino superior está na formação dos professores. "É imprescindível discutir a formação dos educadores quando se fala da Educação Básica. As universidades têm a função de tornar o professor competente para aplicar a educação básica".

O tema escolhido para a mesa-redonda no dia de abertura do evento foi BNCC "O currículo da Educação Básica e a reforma do Ensino Médio. Estavam presentes o professor Éder Alonso Castro; Gilberto Gonçalves Garcia, reitor da Universidade Católica de Brasília; Joaquim José Soares Neto, conselheiro da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação; Roberta Guedes, Gerente da Educação Básica da Associação Nacional de Educação.

A UBEC reconhece a importância do tema e por isso decidiu realizar o encontro. "Estamos proporcionando aos educadores uma oportunidade de se adequar a nova proposta de currículo apresentada pelo Ministério da Educação e ter um espaço de colaboração, construindo juntos conhecimento", lembra Irmão José Nilton Dourado, presidente do Conselho de Administração da UBEC.

É primeira vez que a UBEC realiza o seminário "Desafios Contemporâneos da Educação Básica". "Este evento é fundamental. Nós precisamos mudar, estamos atrasados na educação do Brasil. Mas precisamos de formação e reflexão adequada para colocar a escola no rumo certo", afirma o professor Ricardo Mariz.

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