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Tarcísio, Ratinho Jr., Ibaneis e Eduardo Paes prometem manter escolas cívico-militares

Governadores de SP, PR, DF e RJ anunciaram que se encaminham em sentido oposto ao do Ministério da Educação, e vão manter escolas militarizadas em seus estados

Marcelo Camargo/Agência Brasil e Alesp
Marcelo Camargo/Agência Brasil e Alesp

São Paulo – Na contramão da decisão do Ministério da Educação, de extinguir progressivamente as escolas cívico-militares, os governadores Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, anunciaram que se encaminham em sentido oposto. Em nota publicada na noite de ontem (12) no Twitter, Tarcísio afirma que vai não apenas manter, mas ampliar esse modelo educacional no estado.

“Fui aluno de Colégio Militar, e sei da importância de um ensino de qualidade e como é preciso que a escola transmita valores corretos para os nossos jovens”,  justificou o mandatário paulista. “O governo de São Paulo vai editar um decreto para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato em todo o estado”, acrescentou.

No Paraná

Já Ratinho Júnior pretende manter as 12 escolas cívico-militares ligadas ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). A militarização da educação era a principal “bandeira” do governo de Jair Bolsonaro na área de educação e era implementado em parceria entre o MEC e o Ministério da Defesa.

Além de manter as escolas vinculadas ao Pecim, Ratinho Jr promete continuar outros 194 colégios cívico-militares em âmbito estadual.

Até tu, Paes?

Até mesmo o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é voz dissonante quanto ao tema. “Temos uma Escola Cívico-Militar Carioca no bairro do Rocha. Ela será mantida”, escreveu o prefeito no Twitter na manhã de hoje.

No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou ao portal Metrópole que a decisão do governo federal é uma questão de “ideologia”, e que vai manter o modelo. “Aqui, continuamos com nosso programa”, declarou. As 13 unidades de ensino de gestão compartilhada no DF atendem a turmas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e do ensino médio.

Santa Catarina também opta pela manutenção do ensino cívico-militar nas nove escolas do estado que já o adotavam. Rio de Janeiro, Bahia, Goiás e Rondônia adotam o modelo independentemente do programa federal e devem seguir com ele, segundo a CNN.

Extinção progressiva

O MEC iniciou o processo de extinção progressiva do Pecim por meio de documento que vem sendo encaminhado às secretarias de educação. Um decreto para regulamentar o processo deve ser publicado nos próximos dias.

“A partir desta definição, iniciar-se-á um processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas envolvidos em sua implementação e lotado nas unidades educacionais vinculadas ao Programa, bem como a adoção gradual de medidas que possibilitem o encerramento do ano letivo dentro da normalidade necessária aos trabalhos e atividades”, diz trecho do ofício. Acesse aqui.

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