Por NSC TV


Professora agredida por aluno em Indaial relata trauma e volta ao trabalho após episódio

Professora agredida por aluno em Indaial relata trauma e volta ao trabalho após episódio

Quase um ano após o caso do adolescente de 15 anos que agrediu a professora Marcia Friggi, de 51, em Indaial, no Vale do Itajaí, nenhum dos dois retornou ao Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), onde tudo ocorreu. Friggi começou a trabalhar este ano em outra escola. O adolescente ainda não retornou para a sala de aula.

A agressão ocorreu em 21 de agosto do ano passado. Segundo a professora, o aluno bateu no rosto dela na sala da direção da escola depois que chamou a atenção do estudante. O advogado Diego Valgas, da defesa do adolescente, afirmou que o cliente lhe contou que a professora o xingou várias vezes nos momentos anteriores à agressão.

Volta à sala de aula

"Parece que eu precisava colocar o pé dentro da sala da aula para realmente me sentir capaz, que seria possível. E consegui", afirmou Friggi.

O machucado no rosto após a agressão saiu, mas a professora passou a tomar remédios para depressão e ansiedade e segue até hoje com o tratamento psicológico.

Professora Marcia Friggi após agressão, em 21 de agosto de 2017 — Foto: Reprodução/Facebook

Atualmente, ela e o monitor de uma escola do Rio de Janeiro que também foi agredido trabalham na elaboração de um projeto de lei que proteja os profissionais destas situações.

"Não existe nada especifico na legislação em relação a isso. É inadmissível que o professor precise se afastar da escola por questões de saúde causadas por uma agressão que ele sofreu no seu trabalho e ainda receber menos durante este período de tratamento. E ainda ter que pagar o tratamento, ter que pagar a medicação", elaborou Friggi.

Espera por acompanhamente psicológico

A situação também continua difícil para o ex-aluno da professora. O adolescente, hoje com 16 anos, espera vaga na escola de uma cidade vizinha.

Durante o processo, ele ficou um mês internado no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Blumenau, também Vale do Itajaí, e mais dois meses em uma Organização Não Governamental (ONG) em regime de semiliberdade.

Audiências do caso ocorreram no Fórum de Indaial — Foto: Eduardo Cristófoli/NSC TV

Porém, foi liberado para voltar para casa porque estava sendo ameaçado. A última decisão judicial, do mês passado, determina que o adolescente preste serviço à comunidade por seis meses.

A família prefere não falar mais sobre o assunto e quer esquecer o histórico de agressão. E continua esperando que seja cumprida a decisão judicial para a reabilitação.

"Foi determinado na sentença que ele tivesse acompanhamento de psicólogas, mas isso até hoje não aconteceu. A gente pede, a juíza determina e o estado não oferece isso", afirmou o advogado do adolescente.

"É uma questão bastante complexa, não existe um único culpado. Mas o que não pode acontecer é que essa agressão venha para dentro da sala de aula e o professor tenha que lidar com isso", afirmou Marcia Friggi.

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