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Quando será o Enem? Alunos reorganizam os estudos diante do adiamento do exame

Manter a rotina de exercícios e fazer exames de anos anteriores: especialistas dão dicas para não perder o rumo
Conectado. Com aulas do colégio suspensas, Gabriel Barbosa estuda com a ajuda da plataforma Resolve Sim Foto: Arquivo pessoal
Conectado. Com aulas do colégio suspensas, Gabriel Barbosa estuda com a ajuda da plataforma Resolve Sim Foto: Arquivo pessoal

RIO - O relógio dos candidatos foi reprogramado diante do adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorreria em novembro. A indefinição da nova data (que será em dezembro, janeiro ou maio e está sendo decidida pelos próprios inscritos em votação aberta até terça-feira) vem causando apreensão em quem está apostando na prova para ingressar em uma universidade.

Gente como o educador físico Állan Dorea, de 33 anos, aluno do curso pH de Botafogo que desde 2018 tenta ingressar na faculdade de Medicina. Mesmo de casa, ele segue estudando mais de 12 horas por dia.

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— Senti uma mistura de alívio e preocupação com o adiamento do exame. Porque muitos alunos não estão tendo acesso ao ensino remoto, e a concorrência seria desigual. Mas o vestibulando trabalha com datas e metas. Quando  não se vislumbra mais o objetivo, a chance de o emocional não aguentar é grande — diz.

Disciplina on-line. Állan estuda mais de 12 horas por dia para fazer o Enem Foto: Arquivo pessoal
Disciplina on-line. Állan estuda mais de 12 horas por dia para fazer o Enem Foto: Arquivo pessoal

Para ajudar os alunos a manter o equilíbrio, o pH oferece o auxílio de psicólogos, pois em confinamento a pressão parece maior. Ainda não há previsão de quando o resultado da enquete do MEC será divulgado, mas, a despeito da incógnita da nova data do Enem, a orientação do coordenador do pré-vestibular do curso, Pedro Cesar Fiorett, segue a mesma: fazer as provas dos anos anteriores.

— Mas é fundamental simular as mesmas condições do exame: fazê-lo em dois sábados ou domingos seguidos, no mesmo horário (das 13h às 18h30m), sem olhar o celular nem ser interrompido por ninguém. E conferir todas as respostas e se aprofundar nos tópicos que ele errou — ensina.

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Designer de aprendizagem, aquele que cria experiências para um aprendizado melhor, o educador Eduardo Valladares também sugere que os alunos continuem a rotina de estudos como se a prova fosse ocorrer em novembro.

— Tudo o que vier de tempo depois será um bônus para eles revisarem. Mas, se o desânimo bater, é importante se permitir parar, tomar um banho, esfriar a cabeça. E, se a prova for adiada para maio e a maratona for ainda mais esticada, a dica é pegar mais leve agora e poupar energia — diz Valladares, que é professor na plataforma virtual de ensino Descomplica.

A maioria dos alunos de escolas públicas, que não estão tendo aulas on-line durante a quarentena, torce para que a prova fique mesmo para maio. A fim de dar suporte a esses estudantes, a Universidade Estácio e a Eleva Educação criaram a plataforma Resolve Sim (www.resolvesim.com.br ), que disponibiliza o conteúdo de revisão para o Enem gratuitamente em oito módulos: há explicações em vídeo, textos, podcasts e exercícios.

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— Pensamos no que poderíamos fazer para ajudar quem não está tendo acesso ao ensino remoto. Procuramos dar a autonomia que esses alunos precisam neste momento — afirma Aroldo Alves, vice-presidente de operação digital da Estácio.

Aluno do 3º ano do ensino médio do Colégio Aplicação da UFRJ, na Lagoa, Gabriel Barbosa, de 17 anos, vem estudando com o auxílio da Resolve Sim. O morador do Morro Azul, no Flamengo, quer cursar Engenharia Elétrica:

— Fiquei um pouco nervoso quando suspenderam as aulas. Já tinha organizado meus estudos, e a quarentena mudou completamente a minha rotina. Com a plataforma, estou conseguindo me programar melhor.

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