Por Mônica Silveira e Priscilla Aguiar, TV Globo e g1 PE


Projeto pernambucano que incentiva participação feminina na Tecnologia ganha prêmio LED

Projeto pernambucano que incentiva participação feminina na Tecnologia ganha prêmio LED

Um projeto que acolhe meninas e mulheres que gostam de ciências foi reconhecido pelo incentivo à educação e premiado pelo Movimento LED, que é organizado pela TV Globo e pela Fundação Roberto Marinho, para conectar o hoje com o futuro da educação no Brasil. O Programa Futuras Cientistas atua desde 2012, incentivando meninas nas ciências exatas e engenharias (veja vídeo acima).

O projeto nasceu em Pernambuco, dentro do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, há dez anos. Ele já fez diferença nas vidas de mais de 250 estudantes e professoras. Depois, chegou à Paraíba e a Sergipe.

Tudo começou quando a pesquisadora Giovanna Machado, diretora do Cetene e fundadora do Futuras Cientistas, sonhou com um mundo mais acolhedor para as mulheres e meninas que gostam de ciências e criou o projeto.

Sede do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

“Como mulher no mundo científico eu sempre encontro muitas dificuldades. Principalmente quando a gente vai subindo na carreira. São 52% das mulheres com pós-graduação, mas nem por isso somos maioria em cargos de empoderamento. Então eu entendi que precisava ter mais mulheres que pensassem e identificassem esse problema”, afirmou.

O Futuras Cientistas também se destacou no Desafio LED e ganhou um prêmio de R$ 200 mil que a fundadora Giovanna pretende investir para formar mais e mais cientistas.

“O movimento LED foi extremamente importante, principalmente para ampliar o nosso programa, a sua visibilidade e dar oportunidade também com esse prêmio para que mais futuras cientistas possam usufruir do espaço que a gente oferece”, disse.

A pesquisadora Giovanna Machado, diretora do Cetene e fundadora do Futuras Cientistas — Foto: Reprodução/TV Globo

A iniciativa também recebeu a visita da atriz Thaís Araújo, que conheceu de perto o projeto que venceu na categoria Educação não formal. No dia 29 de junho a TV Globo exibiu um programa especial com os projetos vencedores.

A pesquisadora Rayssa Guedes, hoje bacharel e mestre em Ciências Biológicas, participou do projeto já no primeiro ano. Agora, recebe uma bolsa para trabalhar como pesquisadora no Cetene.

“Eu não tinha ideia de que eu seguiria carreira científica, até porque eu não tinha nenhuma inspiração na minha família, ninguém seguiu essa carreira. E ai o Futura Cientistas foi muito importante nessa escolha do curso”, declarou.

A bacharel e mestre em Ciências Biológicas Rayssa Guedes atuando em laboratório — Foto: Reprodução/TV Globo

A auxiliar de pesquisa Emanuely José de Souza conheceu o Futuras Cientistas há quatro anos. Ela trabalha no Cetene e faz parte da organização do projeto. Ela explicou que o projeto conta com quatro módulos: imersão, banca de estudos, mentoria e estágio.

“A gente tenta fazer um ciclo, que é um módulo de imersão científica, anteriormente a gente criou o módulo de banca de estudos, depois o módulo de mentoria e, por fim, o módulo de estágios. Então, dessa forma a gente consegue fechar o ciclo e apresentar a ciência para as meninas”, disse

Para alcançar as candidatas a cientistas, o projeto conta com a contribuição de professoras. Elas são parceiras na divulgação da oportunidade de participar, que é exclusiva para alunas do ensino médio de escolas públicas.

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A estudante Ana Júlia Oliveira Rocha, de 19 anos, é de São José do Egito, no Sertão de Pernambuco. Foi lá que ela descobriu a possibilidade de fazer o que chamam de imersão, um mergulho na área científica.

Teve acesso a uma banca de estudos oferecida pelo projeto na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em uma feira de profissões, encontrou o curso de Engenharia de Materiais, que faz atualmente, e tornou-se voluntária do Futuras Cientistas.

“Eu criei uma admiração muito grande pelo programa e um carinho muito grande pelas voluntárias, pelas outras meninas e pensei que queria trabalhar com elas também. Então, quando surgiu vaga para novas voluntárias eu disse quero participar também e ajudar. E estamos agora há mais de um ano junto com o programa como voluntária”, contou.

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