Educação

Por G1 PE e TV Globo


Projeto Educação: entenda como a questão de direitos humanos entra na redação do Enem

Projeto Educação: entenda como a questão de direitos humanos entra na redação do Enem

Nesta terça-feira (2), o Projeto Educação trouxe a professora de português Fernanda Bérgamo para explicar a questão dos direitos humanos na prova de redação. Ela respondeu a perguntas enviadas pelas estudantes Jateresa, aluna da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ipojuca, no município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, e Maria Eduarda Wanderley. (Veja vídeo acima)

"Caso o texto da dissertação tenha algo que fira os direitos humanos, o candidato é eliminado, ou perde ponto?", perguntou Jateresa.

"A partir da retirada dos direitos humanos como critério para atribuir nota 0, pode afetar a qualidade do texto do aluno?", questionou Maria Eduarda.

A professora explicou que a Justiça suspendeu a regra que zerava a redação do aluno que ferisse os direitos humanos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na sexta-feira (28), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou a Cartilha de Redação 2018, em que também retirou o item "desrespeito aos direitos humanos" da lista de razões para zerar a redação de um candidato.

No entanto, Fernanda Bérgamo explicou que, a atitude ainda pode diminuir consieravelmente a pontuação obtida pelo estudante no texto. A depender do que seja dito, o candidato pode perder 200 ou 400 pontos, por descumprir as competências 3 e 5 do Enem.

"Não vai mais zerar a sua nota, mas ele vai perder pontos preciosos", disse a professora.

A estudante Jateresa, aluna da Erem Ipojuca, enviou uma pergunta sobre redação e direitos humanos para o Projeto Educação — Foto: Reprodução/WhatsApp

Segundo Fernanda, na competência 3 o estudante pode perder até 200 pontos se utilizar como argumentação no desenvolvimento propostas que apoiem o preconceitos ou que justifiquem o nazismo como defesa de ponto de vista.

"A competência 3 do Enem quer saber quais são os fatos e as opiniões que você apresenta para defender com clareza e coerência o seu ponto de vista. Portanto, ferindo os direitos humanos no desenvolvimento da redação, você terá 200 pontos a menos", afirmou Fernanda.

A professora explicou também que desrespeitando os direitos humanos, o vestibulando também descumpre a competência 5 do Enem, estabelecida na Cartilha de Redação 2018 do Inep como "Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos".

"Se o candidato apresentar como proposta de intervenção algo que viole os princípios das Organizações das Nações Unidas (ONU) e resolva sugerir prática de tortura, mutilação ou apoiar algo desse tipo, obviamente ele também perderá os 200 pontos da competência 5", disse a professora de português.

A professora de português Fernanda Bérgamo explicou que argumentos que firam os direitos humanos pode tirar pontos do vestibulando na redação do Enem — Foto: Reprodução/TV Globo

"O enem é a única prova que exige que a sua redação termine com uma proposta de intervenção para os problemas desenvolvidos. Não é interessante que você fira os direitos humanos apenas porque você ficou sabendo que isso não vai mais zerar sua redação. O enem deseja que você argumente com humanidade, com empatia, para assim você faze5r uma redação nota 1000", concluiu Fernanda Bérgamo.

Participe

A novidade da 14ª temporada do Projeto Educação é que os estudantes podem mandar perguntas ao time de professores. Os interessados devem enviar um vídeo para o WhatsApp da TV Globo, no número (81) 98181.2222, com a #educacao. É importante que o vídeo seja gravado com o celular deitado, na horizontal, para facilitar a visualização.

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