Professores de escolas famílias acorrentados na Seed — Foto: Jorge Abreu/G1
Acorrentados em sinal de revolta, um grupo de professores protestou na manhã desta segunda-feira (6) em frente ao prédio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), no Centro de Macapá. Os educadores são vinculados às escolas família e reclamam do não pagamento de seis meses de salários, de agosto a dezembro do ano passado.
Os trabalhadores alegam que a não quitação dos valores acontece em função de pendências fiscais da Rede das Associações das Escolas Famílias do Amapá (Raefap), que representa as instituições, espalhadas em cinco municípios e construídas em comunidades rurais.
"Passamos por extrema dificuldade. Tem professor que perdeu seu patrimonio, foi despejado por falta de aluguel, por não poder cumprir suas obrigações. É uma situação muito constrangedora para a gente e nossas famílias. Fomos contratados como professores e hoje estamos sendo humilhados para receber nossos pagamentos", reclamou o professor Walmir Sobral, de 32 anos.
Cartazes foram fixados pelos educadores em protesto — Foto: Jorge Abreu/G1
No protesto, os professores explicaram que as atividades não foram suspensas neste ano em função de outro convênio feito pela Seed. O G1 não conseguiu contato com a Raefap até a última atualização desta reportagem.
Em nota, a Secretaria de Educação confirmou as pendências fiscais com a associação e que o valor a ser pago, de R$ 2,3 milhões, está disponível, mas a aguarda a regularização da entidade. A situação juridica foi explicada aos professores em reunião após o protesto desta manhã.
"As atividades estão funcionando através de outro termo de fomento. Chamaram outros professores, nós não voltamos porque estavamos com seis meses atrasados", detalhou o professor Elias Lopes.
Professor Elias Lopes trabalha na escola família do Carvão, em Mazagão — Foto: Jorge Abreu/G1
As seis escolas famílias atendem cerca de 500 alunos e 50 funcionários. Todas funcionam com base na pedagogia da alternância, uma concepção de educação adaptada à realidade do campo.
Nesse modelo de ensino, o estudante intercala período de internato com período na comunidade, mantendo o apoio à produção de onde vive. Existem unidades em Tartarugalzinho, Mazagão, Macapá, Pedra Branca e Itaubal.
Após protesto, grupo de educadores foi recebido na secretaria — Foto: Jorge Abreu/G1
Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o Tô Na Rede!