Por G1 RS


Professores estaduais entram em greve após parcelamento de salários

Professores estaduais entram em greve após parcelamento de salários

Professores saíram em caminhada pelas ruas do Centro de Porto Alegre, na manhã desta terça-feira (5), em protesto contra o parcelamento do salários. Após assembleia no Largo Glênio Peres, eles caminham até o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

Na assembleia, os professores aprovaram greve até que o salário seja quitado.

A categoria pede o pagamento integral desde o anúncio do mais recente parcelamento, na semana passada, quando foram depositados R$ 350 nas contas dos servidores.

Como forma de protestar contra o fracionamento do pagamento, professores de diversas partes do estado têm registrado boletins de ocorrência contra o governador José Ivo Sartori por crime de responsabilidade administrativa. Eles cobram o cumprimento de uma liminar judicial que determina o pagamento integral dos salários.

O governo do estado, no entanto, diz que o pagamento integral do salários dos servidores deve ocorrer até o dia 13 de setembro.

Em nota publicada no site do governo estadual durante a tarde, o governador Sartori se manifestou sobre o anúncio de greve pelos professores estaduais. Abaixo, leia um trecho.

Soube hoje que o Cpers convocou nova greve. Embora compreenda os motivos, lamento muito essa decisão. Ela não ajuda em nada a resolver o problema. Pelo contrário, só agrava a situação dos alunos e de suas famílias, especialmente dos mais humildes. O parcelamento de salários constrange a todos nós, mas não é fruto de vontade política deste governador ou do nosso governo. Agradeço à imensa maioria dos servidores públicos que, mesmo diante de todas essas dificuldades, segue atendendo à população. Permaneçam, resistam, sigam em frente - e vamos juntos construir uma condição de sustentabilidade para todos.

Chegamos a essa situação em virtude de muitos erros históricos, que agora estamos procurando corrigir. O Estado foi se voltando para dentro, criando gastos maiores do que a sociedade tem condições de pagar. Não existe fórmula mágica, e essa situação não se resolve de uma hora para outra. O certo é que o Rio Grande do Sul saiu na frente neste processo de mudança e travessia. Nós fizemos as maiores reformas administrativas do país nos últimos dois anos. Nenhum outro Estado tomou tantas e tão profundas medidas quanto nós, mesmo que alguns resultados só venham a aparecer lá na frente. Mas as sementes de um novo futuro estão plantadas.

Peço um mínimo de responsabilidade à oposição. O discurso fácil, que só agrada aos grupos de pressão, mas esquece da sociedade, produziu esse rombo das contas públicas. Os mesmos que agora criticam ferozmente votaram contra nosso projeto de mudança no repasse do duodécimo, medida que iria dividir o peso da crise. Fizeram uma opção que agravou o problema dos funcionários do Poder Executivo. Foram contra todos os projetos, até mesmo aqueles apresentados em consenso entre os poderes. É a velha política do "quanto pior, melhor".

A propósito disso: sempre quis pagar primeiro quem ganha menos, mas ações judiciais movidas por sindicatos de categorias com salários mais elevados impedem o governo de fazer isso. Não me conformo em tratar igualmente os desiguais, ainda mais numa situação como essa. Quem ganha menos sofre mais, e isso é uma injustiça. Antecipo que já pedi novos estudos para que se encontre uma alternativa que amenize a situação dos servidores com salários menores.

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