Por G1 RS


Servidores públicos do RS fazem protesto contra pagamento de apenas parte dos salários

Servidores públicos do RS fazem protesto contra pagamento de apenas parte dos salários

Os professores estaduais decidiram permanecer em greve em assembleia realizada nesta sexta-feira (29) em Porto Alegre. Um dos motivos é o parcelamento de salários.

Na quinta-feira (28), o Palácio Piratini apresentou o novo calendário de pagamentos, no qual ficou definido o depósito integral para quem ganha até R$ 1.750 líquidos. A proposta foi considerada "insuficiente" pela categoria.

Conforme o Sindicato dos Professores (Cpers), cerca de 7,2 mil pessoas participaram da assembleia no Ginásio Gigantinho. Após a decisão de seguir em greve, os educadores iniciaram uma caminhada pelas ruas de Porto Alegre.

Caminhada dos professores reúne milhares de pessoas em Porto Alegre — Foto: Rafaella Fraga/G1

O grupo saiu pela Avenida Padre Cacique, subiu o Viaduto Dom Pedro I, seguiu pela Praia de Belas e Borges de Medeiros. As vias foram bloqueadas para a passagem das pessoas.

A caminhada dos professores provocou complicações no trânsito em função dos bloqueios, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Eles chegaram no início da tarde ao Largo Glênio Peres, no Centro da cidade, onde se uniram em um ato com outros servidores estaduais.

Juntos, eles rumaram para a Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini, sede do governo do estado. O efetivo policial foi reforçado no local. Por volta de 16h, o ato começou a dispersar.

Professores fazem caminhada após assembleia que definiu sequência da greve — Foto: Glaucius Oliveira/RBS TV

Corte do ponto

Em nota, emitida no fim da tarde, o Piratini informou que irá cortar o ponto dos grevistas (leia abaixo na íntegra). "Conclamamos os professores a manter as aulas. Pedimos a colaboração dos pais e da comunidade escolar", diz o texto.

Procurado pela RBS TV, o Cpers informou que pretende entrarcom medida judicial contestando a decisão. A presidente da entidade Helenir Aguiar Schürer classificou a medida como "inabilidade política do governo", e questiona "como o governador pode cortar salários se não paga salários integralmente e em dia", sendo que é este o motivo pelo qual a greve continua.

Calendário de pagamento

Pelo calendário apresentado pelo governo, 137 mil matrículas, ou seja, cerca de 40% do funcionalismo do Poder Executivo recebe nesta sexta. Entre os professores, menos da metade receberá em dia. A categoria está em greve desde o início do mês.

O pagamento de R$ 1.750 significa quitar salários para 47% dos professores, ou 76.734 matrículas. O magistério representa a maior categoria do serviço público.

Para liquidar a folha deste primeiro grupo de servidores, a Secretaria da Fazenda diz que precisou dispor de R$ 184,2 milhões em caixa. A folha líquida dos 342 mil vínculos do Executivo, entre servidores ativos, inativos e pensionistas, fechou o mês de setembro em R$ 1,135 bilhão.

A Pasta também anunciou que até o dia 11 de outubro haverá o pagamento integral para mais uma parcela de funcionários, a partir dos primeiros recolhimentos do ICMS.

Na data, serão pagos servidores com rendimento líquido de até R$ 4 mil, o que representa 75,5% do funcionalismo, ou 258.069 matrículas.

Leia a nota do governo na íntegra:

"Hoje, dia 29 de setembro, 47% dos servidores da Educação já receberam seus salários integralmente. Até o dia 11 de outubro, praticamente todos estarão quitados, assim como ocorre com a maioria dos trabalhadores em geral. Mesmo assim, com o apoio irresponsável da oposição, o Cpers decidiu manter a greve por período indeterminado.

Não chegamos a esta crise por vontade do atual governo. E para sair dela, precisamos de responsabilidade política e financeira, não de populismo e demagogia. Estamos fazendo todos os esforços para recuperar os serviços públicos e normalizar o pagamento dos servidores. O governo sempre manteve o diálogo e, nesta semana, anunciou o pagamento prioritário a quem ganha menos e a indenização pelos dias de atraso.

Alertamos a população para a tentativa de gerar tensão social, comandada justamente pelos atores políticos que agravaram a atual crise quando estavam no governo. Infelizmente, não estão preocupados com a educação, mas com seus próprios objetivos eleitorais.

Em virtude disso, tendo em vista o interesse público, não resta outra alternativa senão o corte do ponto dos grevistas. Conclamamos os professores a manter as aulas. Pedimos a colaboração dos pais e da comunidade escolar. A responsabilidade pela preservação do ano letivo é compartilhada por toda a sociedade. O governo do Estado segue aberto ao diálogo".

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